As perspectivas de novas contratações nos próximos meses são muito limitadas, afirma o professor da USP José Pastore, que prevê dois ou três anos de “muito sofrimento” para o mercado de trabalho no Brasil.
Por Redação - de São Paulo
O governo terá que renovar os programas para conter demissões que lançou em meio à crise do coronavírus de forma a amortecer o impacto das medidas de isolamento social sobre o emprego, mas as perspectivas de novas contratações nos próximos meses são muito limitadas, afirma o professor da USP José Pastore, que prevê dois ou três anos de “muito sofrimento” para o mercado de trabalho no Brasil.
Em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters, Pastore, que preside o Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomércio-SP e é um dos principais especialistas do país na área do trabalho, disse que, enquanto não houver uma solução na área de saúde para a Covid-19, a perspectiva é de um cenário de atividade econômica reduzida, com abre e fecha de empresas e consumidores receosos.
— A retomada do comércio e dos serviços será gradual, será setorial, será sequenciada, vai ter uma série de requisitos para manter distanciamento. Então, durante um bom tempo vamos ter o abre e fecha das empresas. Elas abrem e se tiver algum sinal de reinfecção fecham de novo. E mesmo se continuarem abertas não vão precisar de tantos empregados como precisavam antes — afirmou.
Diante dessa perspectiva, ele considera inevitável a prorrogação, por seis meses, das regras introduzidas pelas medidas provisórias 927 e 936, que flexibilizaram algumas regras trabalhistas durante a pandemia e permitiram a redução salarial ou suspensão do contrato de trabalho.