O ex-assessor Fabrício Queiroz, descoberto em um sítio na pequena cidade de Atibaia, numa propriedade de advogado Frederick Wassef, que atuava pela família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está em prisão domiciliar.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A devassa ao suposto esquema de desvio de salários de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), conhecido como ‘rachadinha’, tende a detalhar o esquema denunciado de lavagem de dinheiro por meio da loja de chocolates mantida pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) em um shopping da Zona Oeste do Rio. Fontes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) afirmam que o inquérito está a plena velocidade.
O ex-assessor Fabrício Queiroz, descoberto em um sítio na pequena cidade de Atibaia, numa propriedade de advogado Frederick Wassef, que atuava pela família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está em prisão domiciliar. O MPE-RJ já formulou a denúncia contra o senador, a mulher dele, Fernanda; além de Queiroz e outros 14 ex-assessores do gabinete na Alerj. A denúncia contém 290 páginas e tramita no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
O primogênito de Bolsonaro e um sócio, de acordo com a denúncia, usavam uma franquia da Kopenhagen para lavar o dinheiro obtido com o desvio de salários de funcionários nomeados para o gabinete. Eles não trabalhariam e repassariam parte dos vencimentos a Queiroz, segundo os investigadores. Os advogados do parlamentar negam as acusações.
‘Rachadinha’
“Além dos componentes e estrutura ora descritos (na denúncia), ressalva-se a continuidade das investigações para apurar outros possíveis integrantes e/ou núcleos da organização criminosa, em especial a possibilidade da existência de eventual núcleo financeiro destinado, precipuamente, a lavar dinheiro por intermédio de ‘laranjas’ e empresas como a Bolsotini Chocolates e Café Ltda”, acusa o MP, na peça ao Órgão Especial do TJ-RJ.
A 183 quilômetros do Centro do Rio, no município de Resende, região Sul fluminense, dez parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do presidente da República também foi citada nas investigações. Nomeados ao longo de quase uma década, no gabinete do então deputado estadual, os suspeitos dizem que trabalhavam todos os dia. Mas o MPE-RJ apurou que eles chegaram a sacar, em dinheiro vivo, mais de 90% do que receberam de salários do Legislativo. A prática é um dos principais indícios de que haveria o esquema de “rachadinha”, o que configuraria peculato, quando há o desvio de dinheiro público feito por servidor.