Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Denúncia quanto à exportação de madeira ilegal da Amazônia cai no vazio dos BRICS

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Terça, 17 de Novembro de 2020 às 13:35, por: CdB

Embora seja inócua, a ação prometida pelo governo brasileiro tem potencial para abrir outra crise diplomática com países com quem o Brasil já desenvolveu uma relação difícil pelas críticas ao aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia. Entre eles a França, a Alemanha e os países nórdicos.

Por Redação - de Brasília A denúncia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em seu discurso na abertura da Cúpula do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — para afirmar que nos próximos dias irá revelar quais países estariam importando madeira ilegal da Amazônia e contribuindo para o desmatamento da floresta, caiu no vazio. Analistas políticos ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil ressaltam que essa lista é inócua, se não revelar quem desmata, transporta, embarca e recebe o dinheiro proveniente da transação ilegal.
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Garoto empina pipa ao lado de madeira extraída ilegalmente da Amazônia, no Pará, onde atuam aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
— A responsabilidade do Brasil está em coibir a prática do desmatamento e das queimadas criminosas no bioma amazônico. O fato, no entanto, é que os culpados por derrubar e vender madeira de lei brasileira são, em sua maioria, eleitores de Bolsonaro. Logo, ele não pretende atuar contra seu patrimônio político, portanto, tenta lançar uma cortina de fumaça sobre o assunto, principalmente nos BRICS, que têm nada a ver com isso — disse ao CdB, por telefone, um assessor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que prefere manter o anonimato.

Crise internacional

Segundo Bolsonaro, boa parte dos países que criticam o Brasil pelo desmatamento da Amazônia fazem parte dessa lista que importa ilegalmente madeira brasileira. — Estaremos revelando nos próximos dias países que têm importado madeira ilegal da nossa Amazônia. E alguns desses países têm sido severos críticos ao meu governo no tocante a essa região amazônica. Creio que depois dessa manifestação, que interessa a todos, porque não dizer ao mundo, essa prática diminuirá muito nessa região — continuou. Embora seja inócua, a ação prometida pelo governo brasileiro tem potencial para abrir outra crise diplomática com países com quem o Brasil já desenvolveu uma relação difícil pelas críticas ao aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia. Na semana que vem, Bolsonaro participa de outra encontro com chefes de Estado, a Cúpula do G20, que também acontecerá online.
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