Segunda, 05 de Dezembro de 2022 às 13:50, por: CdB
As operadoras de câmbio de criptomoedas Bybit e Swyftx disseram nos últimos dois dias que vão demitir 30% e 35% de seus funcionários, respectivamente. Os anúncios foram feitos menos de uma semana depois que a rival Kraken revelou cortes semelhantes.
Por Redação, com Bloomberg - de Nova York, NY-EUA
Os ativos digitais já enfrentam uma das piores crises do setor há um ano, mas, a julgar por novos anúncios de demissões, nesta segunda-feira, os executivos do universo cripto parecem se preparar para mais turbulência à frente.
As operadoras de câmbio de criptomoedas Bybit e Swyftx disseram nos últimos dois dias que vão demitir 30% e 35% de seus funcionários, respectivamente. Os anúncios foram feitos menos de uma semana depois que a rival Kraken revelou cortes semelhantes.
Com os reflexos da implosão da FTX de Sam Bankman-Fried, o CEO da Bybit, Ben Zhou, e seu colega da Swyftx, Alex Harper, deram avaliações francas sobre os desafios enfrentados pelo setor.
Inverno
Em uma mensagem aos funcionários à qual a agência norte-americana de notícias Bloomberg News teve acesso, Harper citou o potencial para mais eventos imprevisíveis e disse que os volumes de negociação podem sofrer “uma queda potencialmente acentuada” no primeiro semestre de 2023. Zhou sinalizou a possibilidade de que “estejamos entrando em um inverno ainda mais frio do que esperávamos, tanto do ponto de vista do setor quanto do mercado”.
As operadoras de câmbio estão no epicentro da crise do setor dado que os volumes de negociação caíram drasticamente, depois que uma queda de US$ 2 trilhões no valor de mercado dos ativos digitais afastou investidores de varejo.
Além disso, dúvidas sobre se a FTX teria utilizado, inapropriadamente, fundos de clientes para sustentar a Alameda Research, a casa de análise de Bankman-Fried, levaram a uma perda de fé nesses mercados.
Preocupação
Depois de um ano de hacks, colapsos e falências, o pessimismo agora toma conta do setor. Uma queda de aproximadamente 70% no preço do bitcoin para US$ 5.000 no próximo ano está entre os cenários “surpresa” que os mercados podem estar “subestimando”, disse o chefe global de pesquisa do Standard Chartered, Eric Robertsen, em nota.
Isso deixaria a moeda digital cerca de 90% abaixo do pico de quase US$ 69.000 alcançado em novembro de 2021.
Apesar de toda a preocupação entre os executivos de ativos digitais, talvez a previsão mais sombria para o setor venha de um dos maiores nomes das finanças tradicionais. O CEO da gestora BlackRock (BLK), Larry Fink, um cético das criptomoedas de longa data, disse na semana passada que espera que a maioria das empresas cripto não sobreviva ao caos desencadeado pela quebra da FTX.