Na esteira do anúncio de investimento da gigante das criptomoedas Tether, em julho, há ao menos seis negociações em andamento para projetos de pequeno e médio porte.
Por Redação, com Reuters – de Nova York, NY-EUA
Empresas de mineração de criptomoedas estão negociando ativamente contratos com geradoras de energia brasileiras, como a Renova Energia, para aproveitar o excedente de energia renovável do país sem sobrecarregar a rede elétrica nos períodos de pico.

Na esteira do anúncio de investimento da gigante das criptomoedas Tether, em julho, há ao menos seis negociações em andamento para projetos de pequeno e médio porte; além de um empreendimento maior de até 400 megawatts (MW), segundo fontes de seis diferentes empresas ouvidas pela agência inglesa de notícias Reuters.
Embora as máquinas de mineração, que resolvem problemas matemáticos complexos para validar transações de criptomoedas, tenham sobrecarregado redes elétricas em diversos países, no Brasil — onde a atividade ainda é incipiente — elas podem ajudar a resolver um problema crônico de excesso de energia limpa, que já custou quase US$ 1 bilhão às empresas de geração nos últimos dois anos, segundo cálculos de associações setoriais.
Investimentos
A Tether, maior empresa de ativos digitais do mundo, afirmou que vai aproveitar a recente aquisição da Adecoagro para utilizar fontes renováveis, como a energia proveniente das operações de cana-de-açúcar, em um projeto de mineração de bitcoin no Brasil.
A Renova disse à Reuters que está desenvolvendo um dos primeiros grandes investimentos no setor de mineração cripto, um projeto de US$ 200 milhões para um cliente não revelado no Estado da Bahia. O empreendimento de cerca de 100 megawatts consiste em seis data centers que serão alimentados por um parque eólico já operacional da empresa.
— Buscamos expandir a companhia e entrar em novos mercados. Percebemos que, ao prover toda a infraestrutura (para mineração de cripto), estávamos um passo à frente dos nossos concorrentes — disse o CEO da Renova, Sergio Brasil.
Mineradoras de criptomoedas podem escalar suas operações rapidamente, de acordo com a disponibilidade de energia, oferecendo uma base de consumo flexível para o excedente energético sem sobrecarregar a rede nos horários de pico.