Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Cúpula da UE em Angola aborda caminhos para a paz na Ucrânia

Líderes da UE discutem proposta de paz dos EUA para a Ucrânia, incluindo ceder Donbass à Rússia e limites no exército ucraniano.

Segunda, 24 de Novembro de 2025 às 10:35, por: CdB

A proposta inicial norte-americana estabelece que a Ucrânia deve ceder toda a região da Bacia do Don (Donbass), incluindo as províncias de Donetsk e Lugansk, à Rússia e limitar seu exército a 600 mil efetivos.

Por Redação, com ANSA – de Luanda, na Angola

Os líderes da União Europeia estão reunidos nesta segunda-feira em Luanda, capital de Angola, para discutir o plano de paz do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia, enquanto se aproxima o prazo de 27 de novembro dado pela Casa Branca para Kiev aceitar um acordo.

Cúpula da UE em Angola aborda caminhos para a paz na Ucrânia | Encontro de líderes europeus em Luanda, capital de Angola
Encontro de líderes europeus em Luanda, capital de Angola

A cúpula dos chefes de governo dos 27 Estados-membros é realizada antes de uma reunião entre a UE e a União Africana, após um fim de semana de articulações dos líderes europeus com Washington para tentar tornar a proposta menos indigesta para a Ucrânia.

– Encontrei disponibilidade da parte do presidente Trump – assegurou no domingo a premiê da Itália, Giorgia Meloni, que conversou por telefone com o magnata americano e o presidente da Finlândia, Alexander Stubb.

– Há muitos pontos que podem ser compartilhados, e o sentido é trabalhar em uma oferta que já existe – acrescentou a primeira-ministra.

Delegações de Ucrânia e EUA

Também no domingo, delegações de Ucrânia e EUA se reuniram em Genebra, na Suíça, para discutir o plano de paz. Em uma nota conjunta, os dois países afirmaram que qualquer acordo futuro deve “respeitar plenamente a soberania” de Kiev e assegurar “uma paz sustentável e justa”.

“Tivemos avanços significativos”, disse a Casa Branca em um comunicado após o encontro. A Rússia, por sua vez, afirmou não ter recebido “nenhuma informação” sobre as discussões em Genebra e que não está prevista nenhuma reunião com representantes dos EUA nesta semana.

A proposta inicial norte-americana estabelece que a Ucrânia deve ceder toda a região da Bacia do Don (Donbass), incluindo as províncias de Donetsk e Lugansk, à Rússia e limitar seu exército a 600 mil efetivos.

Além disso, prevê anistia para os dois países, impedindo que dirigentes russos sejam processados por crimes de guerra, e um pacto de não agressão entre Europa, Rússia e Ucrânia, determinando que todas as “ambiguidades” dos últimos 30 anos sejam consideradas “resolvidas”.

O plano de Trump ainda fixa a realização de eleições para a sucessão do presidente Volodymyr Zelensky em até 100 dias após a assinatura do acordo e coloca a usina de Zaporizhia, maior central nuclear da Europa, sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), com a eletricidade distribuída igualmente entre Ucrânia e Rússia.

Nenhum soldado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seria enviado para o território ucraniano, enquanto Kiev abriria mão definitivamente de entrar na aliança militar. Em troca, a Ucrânia obteria “garantias de segurança” da Otan contra eventuais futuros ataques de Moscou.

Já a versão do plano revisada pela UE e por Kiev trata a linha de frente no Donbass como ponto de partida para negociações territoriais, excluindo a hipótese de ceder a região em sua totalidade para a Rússia, e descarta o redimensionamento do Exército ucraniano.

– As fronteiras não podem ser alteradas com a força. Continuem pressionando a Rússia – disse Zelensky em um discurso no Parlamento da Suécia nesta segunda-feira.

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