Brasil, Rússia, Índia e China formaram o bloco em 2009, e a África do Sul ingressou no ano seguinte — o único membro adicional a ser admitido até agora. A África do Sul propôs uma nova expansão em 2018 e as discussões começaram a sério no ano passado.
Por Redação, com Reuters - de Cidade do Cabo
Mais de 40 nações em desenvolvimento indicaram interesse em ingressar no BRICS, que busca expandir para aumentar sua influência política, disse o embaixador da África do Sul. O país sediará a cúpula do BRICS deste ano no próximo mês e convidou 69 líderes globais para participar de eventos relacionados, demonstrando o interesse do bloco em aumentar sua influência.
Brasil, Rússia, Índia e China formaram o bloco em 2009, e a África do Sul ingressou no ano seguinte — o único membro adicional a ser admitido até agora. A África do Sul propôs uma nova expansão em 2018 e as discussões começaram a sério no ano passado, disse o embaixador do país, Anil Sooklal.
— Países batendo na porta não é novidade. Vinte e dois países se aproximaram formalmente do BRICS e um número igual de abordagens informais foi recebido sobre a adesão — disse Sooklal durante coletiva em Joanesburgo nesta quinta-feira.
Potências
O BRICS, que estabeleceu sua própria instituição multilateral de crédito, foi formado como um contraponto à influência das nações desenvolvidas na arquitetura econômica global. Embora seus membros representem 42% da população mundial, eles têm menos de 15% dos direitos de voto no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional, de acordo com o Institute for Security Studies, com sede na África do Sul.
A África do Sul foi inicialmente admitida já que “você não poderia ter um organismo do Sul Global que excluísse o continente africano”, disse Sooklal, usando um termo que se refere a nações em desenvolvimento em oposição às potências industrializadas do norte da Europa e América do Norte.
Sooklal e seus colegas discutiram no início deste mês quatro áreas amplas que precisavam ser abordadas para decidir sobre os critérios de expansão, e o tema faz parte da pauta de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco nesta quinta-feira, disse ele.
‘Observadores’
“Argentina e todos os principais países do Sul Global” fizeram pedidos para entrar, disse ele, acrescentando que Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Irã e Arábia Saudita manifestaram interesse, assim como alguns países europeus.
— São países de bastante peso — acrescentou.
Embora a China e a África do Sul apoiem a expansão e a Rússia deva se alinhar com a China, o Brasil e a Índia temem que sua própria influência diminua e podem se opor a uma ampliação, disso o Eurasia Group em nota aos clientes. Eles irão “apoiar a manutenção de Estados interessados como ‘observadores”, disse.