Em primeiro lugar no ranking da taxa real de juros, que desconta a inflação projetada para os próximos 12 meses, está a Rússia, com 9,05%. Com o aumento de 0,25 ponto na Selic, o Brasil chegará a 7,33%, ante 5,47% da Turquia, a terceira colocada, segundo a consultoria MoneYou.
Por Redação – de Brasília
O Brasil passou a figurar com a segunda maior taxa real de juros do mundo nesta quarta-feira, dia em que o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,5% para 10,75% ao ano. Nos dois últimos encontros, o Copom optou por conservar o índice de 10,5%, encerrando um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023.
Em primeiro lugar no ranking da taxa real de juros, que desconta a inflação projetada para os próximos 12 meses, está a Rússia, com 9,05%. Com o aumento de 0,25 ponto na Selic, o Brasil chegará a 7,33%, ante 5,47% da Turquia, a terceira colocada, segundo a consultoria MoneYou.
Completam a lista dos 10 primeiros México (5,45%), Indonésia (4,37%), Índia (3,08%), África do Sul (2,96%), Colômbia (2,37%), Tailândia (2,03%) e Hungria (1,91%). O Brasil seria o segundo colocado no ranking da taxa geral ainda que o Copom optasse por manter a Selic em 10,5% ao ano – neste caso, o país registraria um índice real de 7,08%.
Justificativas
A recente alta do dólar e o impacto da seca sobre o preço de energia e alimentos pressionaram o colegiado a subir os juros básicos pela primeira vez em mais de dois anos.
No comunicado da última reunião, no fim de julho, o Copom informou que o cenário econômico dentro e fora do Brasil exige cautela. Segundo a edição mais recente do ‘Boletim Focus’, pesquisa semanal com analistas do mercado financeiro, a taxa básica de fato subiria 0,25 ponto percentual nesta reunião e encerrará 2024 em 11,25% ao ano.
A última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões, de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, no menor nível desde fevereiro de 2022.
Inflação
Na ata da reunião mais recente, o Copom informou que avaliava uma elevação nos juros por causa da valorização do dólar e do aumento dos gastos públicos. Os membros do colegiado afirmaram que o momento é “ainda de maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação”.
De acordo com o último ‘Boletim Focus’, a estimativa de inflação para 2024 subiu de 4,22% há quatro semanas para 4,35%. Isso representa inflação cada vez mais próxima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.
Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, ficou negativo em 0,02%, a primeira deflação desde junho de 2023. O alívio, no entanto, ainda é temporário.