Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Copom eleva os juros, pela segunda vez seguida, sob impacto da inflação

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Quarta, 06 de Novembro de 2024 às 21:19, por: CdB

A mais recente edição do ‘Boletim Focus’, pesquisa semanal realizada pelo BC com analistas de mercado, já apontava que a taxa básica subiria os 0,5 ponto percentual adotados nesta reunião, para 11,25% ao ano, com a previsão de encerrar 2024 em 11,75% ao ano.

Por Redação – de Brasília

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, no fim do dia. A recente alta do dólar e o impacto da seca sobre o preço de energia e alimentos influíram na decisão do colegiado de subir os juros básicos pela segunda vez seguida, após mais de dois anos.

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A Selic, atualmente no patamar de 11,25% ao ano, tende a ser elevada

A mais recente edição do ‘Boletim Focus’, pesquisa semanal realizada pelo BC com analistas de mercado, já apontava que a taxa básica subiria os 0,5 ponto percentual adotados nesta reunião, para 11,25% ao ano, com a previsão de encerrar 2024 em 11,75% ao ano. No último comunicado do Copom, em setembro, o colegiado justificou a alta dos juros com base na resiliência da atividade econômica e nas pressões sobre o mercado de trabalho.

Após passar um ano em 13,75% ao ano (a.a) entre agosto de 2021 e agosto de 2022, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto percentual, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões, de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% a.a, no menor nível desde fevereiro de 2022, mas começou a elevar a Selic em julho último.

 

Alta dos preços

Na ata da reunião mais recente, o Copom informou que o cenário econômico exige uma política monetária contracionista e não descartou um aumento no ritmo de alta dos juros. Todos os integrantes do colegiado concordaram em iniciar o ciclo de alta de forma gradual, principalmente pelo contexto de incertezas domésticas e externas.

Segundo o último ‘Focus’, a estimativa de inflação para 2024 subiu de 4,38% há quatro semanas para 4,59%. Isso representa inflação acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.

Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, ficou em 0,44%, puxado pela bandeira vermelha nas contas de luz e pelo preço dos alimentos, que subiu por causa da seca no início do semestre.

 

Nova meta

Em setembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que a seca prolongada terá impacto no preço dos alimentos. Na ocasião, porém, o ministro disse que o choque de oferta de alimentos não seria resolvido por meio de juros mais altos.

Nos últimos meses, segundo o IBGE, os alimentos e os serviços têm puxado a inflação. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,42% em 12 meses, cada vez mais próximo do teto da meta para 2024.

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