Marina Silva já se mostrou favorável à formação de uma federação junto ao PSOL, o que deve levar ao apoio à candidatura do ex-presidente Lula. Mas, ao lado de Heloísa Helena, porta-voz da Rede, Silva já indicou que apoiará Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno das eleições presidenciais.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Um dos principais coordenadores da campanha petista ao Palácio do Planalto, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) tenta aproximar o futuro candidato da legenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede-AC). O ex-vice-presidente da CPI da Covid pretende mediar um encontro entre ambos nas próximas semanas.
— A aproximação de Marina é um sonho acalentado por mim, pelo (ex-senador) Cristovam Buarque, pelo (ex-deputado federal) Maurício Rands, pelo (ambientalista) Pedro Ivo, pela (empresária) Rosângela Lyra, por todos — afirmou o senador. Todos os nomes citados são de coordenadores do movimento “Lula no Primeiro Turno”.
Marina Silva já se mostrou favorável à formação de uma federação junto ao PSOL, o que deve levar ao apoio à candidatura do ex-presidente Lula. Mas, ao lado de Heloísa Helena, porta-voz da Rede, Silva já indicou que apoiará Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno das eleições presidenciais. Recentemente, Heloísa Helena e Marina Silva reivindicaram a inclusão de cláusula no estatuto da federação que garanta o direito de apoiar candidaturas de fora do bloco.
Batida de frente
Ainda nesta manhã, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a desautorizar o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) sobre a invasão da Rússia na Ucrânia, pelas redes sociais.
“Deixar bem claro: o artigo 84 diz que quem fala sobre esse assunto é o presidente. E o presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso – e falou mesmo, eu vi as imagens – está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de competência nossa”, escreveu Bolsonaro.
“Só para vocês terem uma ideia. Não é combinado, é acertado naturalmente, quando é que eu falo qualquer coisa sobre esse problema Rússia e Ucrânia? Eu falo depois de ouvir o ministro Carlos França, das Relações Exteriores, e o Braga Netto. E ponto final. Se for o caso, convido mais algum ministro para a gente tomar uma… para eu tomar uma decisão. (…) Então, quem fala dessas questões chama-se Jair Messias Bolsonaro. E quem dúvida disso pode procurar o artigo 84. Mais ninguém fala. Quem está falando está dando peruada naquilo que não lhe compete”, acrescentou.
Cartão corporativo
Na véspera, Mourão disse que os países ocidentais deveriam responder com mais força à invasão ao território ucraniano.
— Tem que haver o uso da força. Realmente um apoio à Ucrânia maior do que o que está sendo colocado. Essa é a minha visão. Se o mundo ocidental, pura e simplesmente, deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo vai ser a Moldávia, depois os estados bálticos e depois sucessivamente. Igual a Alemanha hitlerista fez no final dos anos 30. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia — disse Mourão a jornalistas, na chegada ao gabinete da vice-presidência, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Em outra frente de desgaste do governo, o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado por Bolsonaro, decidiu derrubar o sigilo de uma investigação derivada da CPI da Pandemia, que envolve o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). A decisão se deu a pedido do procurador-geral da República Augusto Aras.
“Defiro o requerimento da Procuradoria-Geral da República, nos termos em que formulado, uma vez que não se justifica o sigilo, nesses autos, de documentos cuja apuração e/ou colheita pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia se deu em publicidade e também de documentos que eventualmente constem, ou venham a constar, neste feito que não sejam acobertados por sigilo legal”, decidiu Marques.