O fato concretiza a peculiar indicação do parlamentar à principal embaixada brasileira no exterior; ao arrepio do Itamaraty.
Por Redação - do Rio de Janeiro
O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, voltou a defender em entrevista coletiva nesta sexta-feira a nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, como embaixador em Washington.
Segundo Araújo, o Brasil enviou aos Estados Unidos a sugestão do nome de Eduardo Bolsonaro como embaixador. O fato concretiza a peculiar indicação do parlamentar à principal embaixada brasileira no exterior; ao arrepio do Itamaraty.
— Foi pedido o 'agrément' e esperamos a resposta americana, de acordo com a praxe diplomática. Mas tenho a grande certeza de que será concedido pelo governo americano, e Eduardo Bolsonaro será um ótimo embaixador — disse Araújo.
"Agrément" é o nome que se dá a consulta que se faz ao país onde o embaixador deve ser nomeado.
A declaração aconteceu durante uma entrevista coletiva concedida à jornalistas após a reunião dos chanceleres do BRICS no Rio de Janeiro. Depois dessa etapa, o nome de Eduardo Bolsonaro precisa ser aprovado pelo Senado.
A decisão de seguir adiante com a indicação de Eduardo Bolsonaro, segundo analistas ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil, significa um retrocesso para a diplomacia brasileira e a imposição de uma mancha na história do Itamaraty, um dos mais respeitáveis centros formadores de diplomatas do mundo.