Tiroteio ocorreu durante tentativa de invasão a território rival em Canindé; armas de grosso calibre e granadas foram apreendidas.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
Sete integrantes da facção criminosa Comando Vermelho foram mortos durante um confronto com a polícia na madrugada desta sexta-feira, na cidade de Canindé, no interior do Ceará. Segundo as autoridades, o grupo teria ido à região para tentar dominar o bairro Campinas, área controlada por uma facção rival.

Os corpos dos suspeitos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML). Com eles, os policiais apreenderam fuzis, pistolas, revólveres, granadas e um veículo utilizado pelo bando.
A troca de tiros envolveu agentes de diferentes unidades de elite da segurança cearense, incluindo o Raio, o Cotar (Comando Tático Rural), a Força Tática (FT), a FT Rural e o Policiamento Ostensivo Geral. Nenhum policial ficou ferido na operação.
Disputa por território e tráfico
De acordo com informações apuradas pelo portal g1, os membros do Comando Vermelho planejavam invadir a área para assumir o controle da venda de drogas e de outros serviços ilegais. A região de Campinas é conhecida por ser reduto de uma facção rival, e a disputa territorial tem gerado uma série de confrontos violentos nos últimos meses.
O domínio de territórios por facções criminosas no Ceará não se restringe apenas ao tráfico de drogas. Segundo o governador Elmano de Freitas, esses grupos também exploram atividades paralelas, como o controle de pontos de internet clandestinos e a cobrança de “pedágios” a comerciantes e vendedores ambulantes.
– Há sete facções disputando território no Ceará, e essa guerra é responsável por 90% dos homicídios no Estado – afirmou o governador em recente entrevista.
Violência em alta no Estado
A escalada da violência no Ceará tem preocupado as autoridades. O estado encerrou 2024 com a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes do país, segundo o Mapa da Segurança Pública elaborado pelo Ministério da Justiça. O número de assassinatos aumentou de 2.893 em 2023 para 3.178 em 2024, um crescimento de 9,85%.
Casos de extorsão e assassinatos ligados à cobrança de “taxas” impostas por facções também têm sido registrados em diversas cidades. Em agosto deste ano, um vendedor de churrasco foi morto após se recusar a pagar uma “taxa” de R$ 1mil para continuar trabalhando. O homem já pagava mensalmente R$ 400 ao grupo criminoso.
Operações intensificadas
O governo estadual tem reforçado as operações integradas entre as forças de segurança para conter o avanço das facções. As ações têm ocorrido principalmente em regiões do interior, onde os grupos buscam expandir seus domínios.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social informou que as forças policiais continuarão em patrulhamento na área de Canindé e em municípios vizinhos para evitar novos confrontos. O material apreendido será periciado, e a investigação segue sob sigilo.