Logo depois do desabamento, a moradora do distrito de Monte Alto chegou a ficar internada por três dias por problemas respiratórios.
Por Redação, com ABr – de Brasília
Respirar revolta. Essa foi a forma com que a aposentada Rosileuda Rodrigues, de 57 anos, encontrou para se manter com esperanças. Ela é indignada diante do vizinho que tornou a sua vida e de sua comunidade um pesadelo desde 2016. O vizinho é o lixão de Padre Bernardo, chamado de Aterro Sanitário Ouro Verde, que desabou no dia 18 deste mês e foi interditado pela justiça na última quinta-feira.

Logo depois do desabamento, a moradora do distrito de Monte Alto chegou a ficar internada por três dias por problemas respiratórios.
— Mesmo depois de interditado, o cheiro continua forte. Acho que nunca mais nosso lugar vai ser o que já foi — lamenta.
Comunidade
Para lutar pelo seu antigo paraíso, a aposentada, que fazia transporte de moto no Distrito Federal, também respira saudades. Saudades de cheirar a mata nativa do cerrado, ouvir os passarinhos, de ir até a beira do córrego Santa Bárbara com a comunidade ouvir os passarinhos e de sentir o vento com a vista encantada do Recreio do Itapety.
Tudo ficou pior naquela manhã, por volta de 9h, em que houve o desabamento. Alguém da comunidade filmou e espalhou as cenas pelas redes sociais. As autoridades foram informadas pelos responsáveis pelo lixão apenas no fim da tarde.
Rosileuda foi uma das moradoras da comunidade presentes neste domingo ao ato que pede o fechamento definitivo do aterro Ouro Verde. Outro morador, o vigilante Sebastião Fernandes, que também faz parte da liderança comunitária, afirma que os moradores estão desesperados.
— O nosso ato é para chamar atenção da sociedade para que nunca mais reabra. E que toda essa montanha de lixo seja retirada de nossa comunidade. Nunca mais pode funcionar — concluiu.