“Durante o encontro, o ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão, no âmbito de suas competências, para que o processo eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes”, divulgou o Supremo em nota.
Por Redação - de Brasília
Diante novas ameaças à democracia brasileira, nos pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro (PL), representantes dos outros Poderes se movimentaram para tentar amenizar o ambiente político. Na abertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, o presidente da Casa, ministro Luiz Fux, relatou aos pares as conversas mantidas com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pela manhã, e com o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na véspera.
“Durante o encontro, o ministro da Defesa afirmou que as Forças Armadas estão comprometidas com a democracia brasileira e que os militares atuarão, no âmbito de suas competências, para que o processo eleitoral transcorra normalmente e sem incidentes”, divulgou o Supremo em nota. “Por sua vez, o presidente do STF ressaltou que a Suprema Corte brasileira preza pela harmonia entre os Poderes e pelo respeito entre as instituições”, acrescentou. Segundo a Corte, a reunião foi solicitada pelo militar, sem detalhar exatamente o motivo para tanto.
Urnas confiáveis
Já Rodrigo Pacheco refutou ameaças contra a democracia ou o processo eleitoral de outubro.
— A conclusão (do encontro) é de que o diálogo é fundamental, que nós precisamos alinhar os poderes, que nós temos uma obrigação comum de enfrentar arroubos antidemocráticos, temos que preservar a democracia, preservar o Estado de direito e garantir que as eleições aconteçam no Brasil dentro da normalidade, que é o que a sociedade espera — declarou à saída.
Pacheco também defendeu o sistema eleitoral.
— Nós temos um mecanismo eficiente de coleta de votos do processo eleitoral através das urnas eletrônicas, que eu insisto em dizer, que são confiáveis, e o Tribunal Superior Eleitoral tem trabalhado muito pra conferir essa transparência, inclusive com sujeitos da sociedade e dos próprios poderes — acrescentou.
Proporção
Pacheco já havia classificado os atos pró-Bolsonaro que defenderam intervenção militar e fechamento do Supremo, no último domingo, de "anomalias graves" e "manifestações ilegítimas e antidemocráticas", como publicou a Agência Senado.
— O que nós não podemos é permitir que o acirramento eleitoral, que é natural do processo eleitoral e das eleições, possa descambar para aquilo que eu reputei como anomalias graves e se permitir falar sobre intervenção militar, sobre atos institucionais, sobre frustração de eleições, sobre fechamento do Supremo Tribunal Federal, essas são anomalias graves que precisam ser contidas, rebatidas com a mesma proporção a cada instante porque todos nós, todas as instituições têm obrigações com a democracia, com o Estado de direito, com a Constituição — concluiu Pacheco.