Rio de Janeiro, 18 de Janeiro de 2025

Ciro acusa pressão por voto útil e sente ‘faca da traição’ nas costas

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Quinta, 15 de Setembro de 2022 às 12:29, por: CdB

A debandada nas hostes ciristas foi comprovada em números. O estudo do PoderData, divulgado nesta manhã, mostra que 28% dos eleitores que hoje declaram voto no candidato Ciro Gomes dizem não ter certeza de que vão mesmo votar no pedetista em 2 de outubro. O resultado é próximo dos 24% de eleitores de Simone Tebet (MDB).

Por Redação - de São Paulo
Candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes usou as palavras 'traição e mágoa' ao ser questionado sobre um cancelamento de agenda nesta quinta-feira, em mais uma das ações levantadas por aliados em favor do voto útil ao adversário petista, Luiz Inácio Lula da Silva. Ciro visitaria o Recife, para uma conversa com partidários.
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O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes tem cada vez menos apoio nos Estados
— É muito duro uma pessoa como eu dar uma vida inteira para uma comunidade, preparar líderes importantes e sentir a faca da traição nas minhas costas — lamentou Ciro Gomes. A declaração vem após o fim da aliança entre PT e PDT no Ceará.

Pesquisas

A debandada nas hostes ciristas foi comprovada em números. O estudo do PoderData, divulgado nesta manhã, mostra que 28% dos eleitores que hoje declaram voto no candidato Ciro Gomes dizem não ter certeza de que vão mesmo votar no pedetista em 2 de outubro. O resultado é próximo dos 24% de eleitores de Simone Tebet (MDB) que também consideram que ainda podem mudar de opinião. Uma defecção nesta monta já seria suficiente para que Lula seja eleito, em primeiro turno. Isso porque esse universo de eleitores indecisos é considerado importante, sobretudo, para o ex-presidente. Candidato ao terceiro mandato e em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, Lula vem fazendo, neste momento, um grande esforço para crescer entre o eleitorado. Na pesquisa PoderData, juntos, Ciro e Simone têm 13% dos votos. No mesmo levantamento, Lula aparece na liderança, com 43%. Para vencer já no primeiro turno, Lula precisaria de pelo menos oito pontos a mais de voto. De acordo com a Justiça Eleitoral, é preciso atingir 50% mais um voto, no mínimo, para a definição do pleito.

Carta aberta

Os pedidos de voto útil também ganham setores inteiros da sociedade. Ainda nesta manhã, dirigentes de cinco centrais sindicais (Força Sindical, UGT, NCST, CSB e Pública Central dos Servidores) divulgaram, na véspera, uma carta aberta em defesa do voto útil no candidato do PT à Presidência. No documento, os sindicalistas fizeram um apelo para que eleitores do presidenciável pedetista apoiem o petista já no primeiro turno, em 2 de outubro. As centrais afirmam que é preciso unificar o campo progressista para derrotar o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). A carta é endereçada “especialmente aos eleitores do PDT” de Ciro Gomes. “Reconhecemos também o valor de Ciro como pessoa e como político. Muitos de nós já o apoiamos em outras oportunidades. Neste momento, no entanto, entendemos que é mais importante apoiar e pedir para que todos apoiem o candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmaram os dirigentes das cinco centrais sindicais.

Reação

Diante do êxodo observado nas bases de Ciro Gomes, o PDT iniciou no início da semana uma reação à campanha pelo voto útil deflagrada pelo PT e por Lula. Uma pesquisa Ipec divulgada na segunda 12, encomendada pela TV Globo, mostra que Lula teria 51% dos votos válidos se a eleição para a Presidência da República ocorresse hoje. Neste cenário, o petista poderia vencer a disputa ainda no primeiro turno. Na contagem dos votos válidos, a excluir os votos nulos e em branco e os indecisos, Jair Bolsonaro (PL) soma 35%. Na sequência, aparecem Ciro, com 8%; Simone Tebet (MDB), com 4%; e Felipe D’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil), com 1% cada. Em vídeo publicado nesta terça, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que Ciro chegará ao segundo turno e que esta seria a razão pela qual “estão tão preocupados conosco”. — Se não tivessem essa preocupação, por que há tanta gente trabalhando para nos minar? Nos vençam no voto, isso é da democracia — concluiu.
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