As novas restrições vão congelar US$ 7 bilhões em ativos e causar mais de US$ 11 bilhões em receitas de exportação perdidas ao longo do próximo ano.
Por Redação, com Sputnik - de Pequim
– Nós nos posicionamos contra sanções unilaterais. A história mostra que intervenções ou sanções estrangeiras só complicam a situação, sendo incapazes de resolver o problema – disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, em entrevista coletiva nesta terça-feira.
O diplomata acrescentou que Pequim reconhece Maduro como o legítimo chefe de Estado da Venezuela, apesar de toda a pressão colocada sobre ele. Ele notou que o líder chinês Xi Jinping enviou seu enviado para a posse de Maduro no início de janeiro, e disse que isso era um forte sinal de apoio à Venezuela. – Poderíamos fazê-lo se não o reconhecêssemos? – perguntou Geng, retoricamente. Na segunda-feira, Washington anunciou um pacote de sanções contra a estatal petrolífera da Venezuela, a Petroleos de Venezuela SA (PDVSA), alegando que impediria um "desvio adicional" de ativos pelo "ex-presidente Maduro". As novas restrições vão congelar US$ 7 bilhões em ativos e causar mais de US$ 11 bilhões em receitas de exportação perdidas ao longo do próximo ano. As sanções vão "agravar o bem-estar das pessoas e (os EUA]) devem ser responsáveis por isso", afirmou o oficial chinês.Aliança Pequim-Caracas
A China é um dos maiores parceiros comerciais e aliados políticos da Venezuela, mas sua resposta à crise foi bastante medida. Anteriormente, o Ministério de Relações Exteriores instou os atores externos a observar a soberania venezuelana e a não interferir em seus assuntos internos.– A China se opõe à interferência estrangeira nos assuntos da Venezuela, em especial a ameaça de interferência militar – avaliou Hua Chunying, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, acrescentando que Pequim continuará "apoiando os esforços feitos pelo governo venezuelano para manter a soberania nacional e a estabilidade".
O confronto entre o governo e as forças da oposição na Venezuela aumentou quando o líder da oposição, Juan Guaidó, declarou estar agindo como presidente interino depois de pedidos uma mudança de regime em Washington. O parlamentar de 35 anos era amplamente desconhecido fora da Venezuela até o começo deste ano, mas agora ele tem o apoio dos EUA, Israel, Canadá, Austrália e vários países sul-americanos – incluindo o Brasil. Já China, Rússia, Turquia, Irã, Belarus e África do Sul apoiaram Maduro, dizendo que continuarão trabalhando com seu governo.