Rio de Janeiro, 14 de Junho de 2025

Chega ao fim um ‘ciclo tenebroso’ no Judiciário, avaliam juristas no caso Moro

Na avaliação do advogado criminalista José Carlos Portella Junior, integrante do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, a “justiça que tarda não pode ser considerada justiça”. Ele cita estragos provocados pela Lava Jato ao país.

Quarta, 24 de Março de 2021 às 12:47, por: CdB

Na avaliação do advogado criminalista José Carlos Portella Junior, integrante do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, a “justiça que tarda não pode ser considerada justiça”. Ele cita estragos provocados pela Lava Jato ao país.

Por Redação - de São Paulo

A confirmação da suspeição do ex-juiz de Sergio Moro, referendada pela Segunda Turma Supremo Tribunal Federal (STF), encerrou, na noite passada, um “ciclo tenebroso” da Justiça brasileira, mas de maneira tardia. De acordo com especialistas, a Operação Lava Jato causou múltiplos danos no Brasil, como a fragilização da democracia e a ascensão da extrema-direita.

moro-1.jpg
Sérgio Moro passará a responder a uma série de processos por sua atuação parcial no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Na avaliação do advogado criminalista José Carlos Portella Junior, integrante do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia, a “justiça que tarda não pode ser considerada justiça”. Ele cita estragos provocados pela Lava Jato ao país.

— Demoliram os frágeis pilares da democracia do Brasil, a Lava Jato destruiu setores estratégicos econômicos e ainda gerou desemprego em massa. O Brasil vai demorar décadas para recuperar o prejuízo criado pelos desdobramentos da operação. Além disso, sem ela também não haveria a ascensão do nazifascista Jair Bolsonaro — afirmou Portella, em entrevista à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA), nesta quarta-feira.

Democracia

O cientista político e professor da Unicamp Wagner Romão acredita que o julgamento da suspeição de Moro também é um recado à politização do sistema de justiça.

— Essa decisão encerra um ciclo tenebroso para a Justiça brasileira. O STF também se enrolou com o lavajatismo, sendo conivente com o que foi praticado pela operação, mas ao fim mostrou como ela foi um tribunal de exceção — disse.

Por 3 votos a 2, a o colegiado julgou que Moro agiu com parcialidade ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá. Romão classificou o julgamento como “uma vitória daqueles que batalharam pela busca da verdade”.

— A democracia venceu, pois a Constituição Federal venceu também — completou.

Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo