Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Centro aquático de Paris não poderá receber provas de natação nos Jogos

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Segunda, 08 de Abril de 2024 às 13:38, por: CdB

Mesmo com todos os problemas, a obra foi executada. Os quase R$ 1 bilhão gastos no Centro Aquático Olímpico foram destinados à superestrutura do local. Ligado ao Stade de France por uma passarela sobre a via A1, o espaço possui uma área de 20 mil metros quadrados em estrutura de madeira. 


Por Redação, com agências internacionais - de Paris


Parece estranho, mas é real: o governo francês bancou imprevistos e investiu quase R$ 1 bilhão em uma superestrutura aquática que sequer receberá provas de natação durante os Jogos Olímpicos de Paris. Depois de vir ao Brasil e virar até meme em fotos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Emmanuel Macron participou da cerimônia de inauguração do Centro Aquático Olímpico no último dia 4. 




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Centro Aquático de Paris não receberá provas de natação

Por lá, o clima em relação à obra é pouco amistoso. Isso porque o valor investido no empreendimento é maior do que o previsto e gerou incômodo nos franceses. Por quase R$ 1 bilhão, o espaço não vai sediar as provas de natação durante a Olimpíada por ser pequeno demais para a modalidade. 


O Centro Aquático, na verdade, será destinado para as provas classificatórias de nado artístico, saltos ornamentais e polo aquático. Já as provas de natação serão realizadas na Arena La Défense, em Nanterre, a cerca de 13 km da capital francesa. 


Diferente da superestrutura bilionária do Centro Aquático, a Arena contará com duas piscinas desmontáveis que serão transferidas para as cidades de Sevran e Bagnolet depois das olimpíadas. 



Fiasco no investimento 


Sete anos antes, no dossiê de candidatura de Paris para sediar os Jogos Olímpicos, o valor previsto do custo com o espaço era menos da metade do que foi gasto ao final. Foi estipulado que o investimento seria de quase 70 milhões de euros, pouco mais de R$ 384 milhões. 


Depois, a previsão subiu para 90 milhões de euros, cerca de R$ 494 milhões. De lá para cá, contando os imprevistos, o valor investido pelo governo francês escalonou e chegou a 175 milhões de euros, o que equivale a R$ 950,9 milhões.


Os tais imprevistos começaram a ser apontados em 2017, quando o projeto final do espaço foi apresentado. Um ano depois, o relatório da Inspeção de Finanças alertou para um provável estouro do orçamento impossível de cobrir. Na ocasião, a construção foi estimada no valor astronômico de 260 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão).


Para conter os gastos e fazer o Centro Aquático caber no orçamento, o desenho original chegou a ser modificado. Com o objetivo de tornar o investimento mais barato, o espaço teria apenas 5 mil lugares. No entanto, a capacidade não está de acordo com o exigido pela federação internacional de natação, que impõe um mínimo de 15 mil para a realização de provas da elite do esporte.



Promessa de legado olímpico


Mesmo com todos os problemas, a obra foi executada. Os quase R$ 1 bilhão gastos no Centro Aquático Olímpico foram destinados à superestrutura do local. Ligado ao Stade de France por uma passarela sobre a via A1, o espaço possui uma área de 20 mil metros quadrados em estrutura de madeira. 


Em todo o prédio, estão distribuídas quatro piscinas: uma para aprendizado de natação, outra para uso recreativo, uma terceira para competição e a última para mergulho. A promessa é que o Centro Aquático sirva de legado olímpico em Seine-Saint Denis, um departamento francês. 


No site oficial do evento, o compromisso foi firmado: “Pensando além dos Jogos, o Centro Aquático foi projetado para atender às necessidades da região de Seine-Saint-Denis, sua sede, e da comunidade francesa de natação, que agora terá um local que pode sediar as maiores competições nacionais e internacionais”.




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