Em apresentação em reuniões com investidores, nesta manhã, Campos Neto avaliou que "o momento exige serenidade para avaliar o tamanho e a duração dos choques atuais", e que "persistirá em sua estratégia até que o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno de suas metas se consolide".
Por Redação, com agências internacionais - de Washington
Presidente do Banco Central, o economista Roberto Campos Neto afirmou, nesta sexta-feira, que o Comitê de Política Monetária (Copom) estará pronto para ajustar o tamanho de seu ciclo de aperto no crédito, com aumento ainda maior nas taxas de juros, em caso de novos choques inflacionários, ainda mais persistentes.
Presidente do Banco Central, Campos Neto também preside o Conselho de Política Monetária (Copom), que regula a taxa de juros oficial do país (Selic)
Em apresentação em reuniões com investidores organizadas pelo Bank of America e pela XP Investimentos, nesta manhã, Campos Neto avaliou que "o momento exige serenidade para avaliar o tamanho e a duração dos choques atuais", e que "persistirá em sua estratégia até que o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno de suas metas se consolide".
Campos Neto, que está em Washington para reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, também repetiu previsões anteriores de que o Banco Central elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual em sua próxima reunião, ante patamar atual de 11,75%.
— O Copom ressalta que seus futuros passos de política monetária poderão ser ajustados para garantir a convergência da inflação para suas metas e dependerá da evolução da atividade econômica, no balanço de riscos e nas expectativas e projeções de inflação para o horizonte relevante à política monetária — acrescentou.
Economia verde
O executivo já havia adiantado, na semana passada, que o BC estaria disposto a avaliar o cenário de política monetária, depois que a divulgação da maior alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para março em 28 anos turbinou apostas no mercado de que o ciclo de aperto iniciado em 2021 não será encerrado no próximo mês, como o presidente da autarquia chegou a indicar, anteriormente.
Na apresentação divulgada pelo BC, Campos Neto disse que o choque de oferta do conflito na Ucrânia tem potencial de exacerbar as pressões inflacionárias tanto em países emergentes quanto desenvolvidos, e afirmou que o impacto de curto prazo da crise energética decorrente da guerra envolve desafios elevados para transição a uma economia verde.