Ao longo da semana, ganharam fôlego em grupos bolsonaristas no WhatsApp e no Telegram mensagens incentivando doações de R$ 1, via PIX, para a campanha à reeleição do presidente. A iniciativa se transformou em caos na campanha, que terá que prestar conta dos baixos valores recebidos, e provocou confusão nos grupos bolsonaristas.
Por Redação - de Brasília
Após uma confusa campanha por doação de recursos para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), uma grande quantidade de transferências por PIX em valores mínimos, a maioria de um centavo de real, travou o sistema do Banco do Brasil e inviabilizou a emissão de extrato para campanha de Bolsonaro. Segundo informou o jornalista Guilherme Amado em sua coluna no jornal ‘Metrópoles’, os dados foram confirmados “pela campanha do candidato à reeleição”.
Segundo o colunista, “a coordenação da campanha de Bolsonaro afirma que, por cerca de 12 horas, não conseguiu acessar os extratos que deveriam ser viabilizados pelo Banco do Brasil. Como as prestações de contas têm que ser feitas até 72 horas depois da doação, para seguir a lei eleitoral, o banco destacou uma equipe técnica para equacionar o problema”.
Caos
Ao longo da semana, ganharam fôlego em grupos bolsonaristas no WhatsApp e no Telegram mensagens incentivando doações de R$ 1, via PIX, para a campanha à reeleição do presidente. A iniciativa se transformou em caos na campanha, que terá que prestar conta dos baixos valores recebidos, e provocou confusão nos grupos bolsonaristas.
Nas segunda e terça-feiras, diferentes usuários se manifestaram alertando que os repasses poderiam ser, na verdade, algum tipo de golpe. Baseada em uma teoria da conspiração —de que os doadores mostrariam o número real de eleitores do presidente—, a campanha, curiosamente, também gerou teorias inversas nos grupos bolsonaristas: de que a iniciativa seria uma manobra da esquerda para impugnar a candidatura de Bolsonaro.
Em meio a um desencontro de mensagens, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou em uma rede social que doações eram bem-vindas e que a campanha era espontânea.
Fraude
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também fez um vídeo para esclarecer que o PIX da campanha, de fato, existia.
Muitos dos conteúdos publicados nos grupos usavam tom inflamado e justificavam a doação como forma de impedir uma fraude eleitoral, uma vez que os repasses mostrariam a quantidade de apoiadores do presidente.
"Vamos nos preparar... Vão tentar fraudar as eleições, mas o presidente não é besta. Lembrem-se que basta doar R$ 1, não mais que isso, a intenção é criar um dilúvio de doadores", dizia uma das mensagens.
Molusco
Outras mensagens também tentavam desmobilizar as transferências, sob o argumento de que poderia ser uma "manobra esquerdopática para impugnar a candidatura do presidente". "Urgentíssimo!!! Pilantragem de pedido de PIX para o presidente."
Depois de circular a mensagem de que a iniciativa serviria para prejudicar Bolsonaro, um usuário chegou a sugerir que as doações fossem feitas à campanha do rival petista sem citar o nome de Lula.
"Se é para fins de confusão e para tentar impugnar o nosso presidente, vamos fazer essa doação para o molusco”, concluiu.