Convidada anteriormente, a Argentina rejeitou o convite no final de dezembro por razões ideológicas. Durante a campanha eleitoral, o agora presidente argentino, o anarcocapitalista Javier Milei, havia declarado que não se alinharia a “comunistas” e à agenda da China.
Por Redação, com ABr - de Brasília
O ano começa e, com ele, uma nova fase para o grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na sigla em inglês) com o ingresso do Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Egito. A chegada dos cinco países fortalece o bloco de países emergentes que já representa 27,5% do PIB mundial e 43% da população global.
Convidada anteriormente, a Argentina rejeitou o convite no final de dezembro por razões ideológicas. Durante a campanha eleitoral, o agora presidente argentino, o anarcocapitalista Javier Milei, havia declarado que não se alinharia a “comunistas” e à agenda da China. De todas as promessas feitas, já desdisse algumas delas, mas se manteve fora do grupo econômico.
A decisão de incluir a Argentina no BRICS ocorreu durante a cúpula em Joanesburgo, no fim de agosto passado, onde também foram considerados para adesão importantes atores do setor de petróleo e gás, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Irã.
Dólar fora
O BRICS tem se caracterizado por um papel mais antagônico à hegemonia dos Estados Unidos. A busca pela desdolarização da economia global tornou-se uma agenda central, especialmente em meio às tensões entre Pequim e Washington. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem sido um dos defensores da mudança no equilíbrio das forças econômicas e políticas que dividem o planeta.
A desdolarização é apresentada como uma estratégia para reduzir os custos de transação nas relações comerciais, principalmente com a China, principal parceiro comercial do Brasil; além de fortalecer a capacidade de negociação de países como o Brasil e a Índia. A ascensão do yuan como protagonista nas transações do BRICS é considerada mais provável, dada a aceitação internacional da moeda chinesa desde 2016.