A estimativa para este ano varia de 1,7 milhão a 5 milhões, com uma média de 3 milhões, de acordo com o estudo realizado pela pasta junto com a Fiocruz e o sistema de monitoramento InfoDengue.
Por Redação, com ANSA e DW - de Brasília
O Ministério da Saúde prevê que o número de casos de dengue no Brasil pode chegar até 5 milhões em 2024, frente a 1,6 milhão de ocorrências registradas em 2023.
A estimativa para este ano varia de 1,7 milhão a 5 milhões, com uma média de 3 milhões, de acordo com o estudo realizado pela pasta junto com a Fiocruz e o sistema de monitoramento InfoDengue.
O aumento dos casos deve acontecer pela combinação de uma série de fatores, como as chuvas e o calor intenso previstos para este ano e o ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus.
A região mais afetada em 2024 será o Centro-Oeste, que pode ter uma epidemia da doença. A capital Brasília já tem registrado um forte aumento de casos nos últimos meses.
Nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, no Sudeste, também é possível que aconteça um cenário de epidemia, de acordo com as projeções do Ministério da Saúde.
Em 2023, já houve um crescimento de 17% dos casos em todo o país, com 1.079 mortes confirmadas. Enquanto isso, o governo começou a analisar a incorporação no Sistema Único de Saúde de uma vacina contra a doença.
Vacinação contra a dengue no SUS
A cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, iniciou no último dia 3 uma inédita campanha gratuita de vacinação contra a dengue, que deve alcançar cerca de 150 mil pessoas. A ação do município é uma parceria com o laboratório japonês Takeda, que desenvolveu a vacina Qdenga.
A prefeitura de Dourados informou que o laboratório já entregou cerca de 90 mil doses, que foram distribuídas para todas as unidades básicas de saúde da cidade.
A partir de fevereiro, a vacina também deve ser aplicada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em diversas regiões do país, num primeiro momento, apenas para um público definido e moradores de regiões prioritárias, ainda não informadas pelo Ministério da Saúde, que comprou cerca de 5 milhões de doses.
Aprovada em março de 2023 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina já está disponível na rede privada de saúde desde julho, com preços entre R$ 300 a R$ 800 a dose. Por meio do SUS, a vacina será gratuita e para os cofres públicos teve um custo de R$ 95 por dose, valor alcançado após negociações.
O Brasil registrou 1,6 milhão de casos de dengue nos primeiros onze meses de 2023, aumento de 15,8% em relação ao mesmo período de 2022 (1,3 milhão de casos), segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com a pasta, em 2023 o pais bateu recorde de mortes por dengue: foram registradas 1.079 mortes pela doença até o dia 27 de dezembro. Em 2022, 1.053 pessoas morreram de dengue.
Quem pode tomar a vacina?
A vacina pode ser aplicada em pessoas de 4 a 59 anos de idade. De acordo com a empresa fabricante, não há diferença entre indivíduos que tiveram contato com o vírus ou não.
Inicialmente, a vacina não será disponibilizada em larga escala e terá público e regiões prioritárias, ainda não informadas pelo ministério. A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec). A previsão é que sejam cerca de 5 milhões de doses em 2024, de fevereiro a novembro.
Quantas doses são necessárias?
O ciclo de imunização com a Qdenga é completo com duas doses, sendo que a segunda deve ser aplicada três meses após a primeira. Nos ensaios clínicos, a eficácia geral registrada foi de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo, após 12 meses da segunda dose. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%. Segundo o laboratório Takeda, a vacina garante imunização contra a doença por até cinco anos.
Quem é o fabricante?
A vacina da dengue é produzida pela Takeda Pharmaceutical Company, farmacêutica japonesa fundada em 1781, também responsável pela produção de medicamentos para diabetes, hipertensão, insônia, refluxo, entre outros. A Qdenga, com duas doses, previne a propagação dos quatro diferentes serotipos do vírus da dengue propagados pelo mosquito Aedes aegypti .
Transmissão e prevenção
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, os principais sintomas da doença são febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo.
A dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença, pode causar dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, letargia e sangramento de mucosa. A dengue hemorrágica é mais comum durante uma segunda infecção.
O melhor método para prevenção da dengue é reduzir a infestação de mosquitos, não deixando água parada e acumulada, que costuma ser usada pelo Aedes como criadouro.