Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Brasil manterá laços com Venezuela. Mais frios, avisa Amorim

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Sexta, 20 de Setembro de 2024 às 21:39, por: CdB

Em um sinal inequívoco, no entanto, de que as relações entre os dois países está hoje mais perto da formalidade, Amorim foi direto ao afirmar que, no momento, não há a menor chance de o presidente Lula estar presente à cerimônia de posse de Maduro.

Por Redação – de Brasília

O Brasil manterá relações diplomáticas e comerciais com a Venezuela, mas em um patamar diferente do que havia até as eleições ocorridas no país, com resultado ainda incerto segundo o Itamaraty, que pede para ver, sem sucesso, as atas eleitorais capazes de comprovar a vitória do atual presidente, Nicolás Maduro. A observação é do assessor especial da Presidência da República e principal articulador do governo brasileiro junto ao governo venezuelano, Celso Amorim.

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O diplomata Celso Amorim visitou a Venezuela, em meio às eleições no país

O diplomata de ponta, responsável pela política externa brasileira nos dois mandatos anteriores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse à mídia conservadora, nesta sexta-feira, que o Brasil não pretende romper laços com Maduro, mesmo diante dos senões observados durante o recente processo eleitoral.

— O Brasil não vai romper relações com a Venezuela. Relações são com o Estado — cravou Amorim.

 

Transparência

A declaração ocorre no momento em que os esforços brasileiros por um processo eleitoral transparente na Venezuela chegam a um beco sem saída, interditado após o reconhecimento oficial da vitória de Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), sem a comprovação pedida pela comunidade internacional.

Ainda assim, Amorim evita tratar a Venezuela como uma ditadura, ao preferir um tom mais cauteloso.

— Eu prefiro não fazer adjetivos — disse o ex-ministro das Relações Exteriores, quando perguntado sobre o assunto.

 

Posse

Em um sinal inequívoco, no entanto, de que as relações entre os dois países está hoje mais próximo da mera formalidade, Amorim foi direto ao afirmar que, no momento, não há a menor chance de o presidente Lula estar presente à cerimônia de posse de Maduro, marcada para janeiro.

— Hoje, eu não vejo o Lula indo à posse de Maduro — garantiu.

Aos jornalistas, Amorim destacou ainda a importância da multipolaridade nas relações internacionais e afirmou que o Brasil buscará uma forma equilibrada entre as grandes potências, reforçando a parceria estratégica com a China, mas sem negligenciar os EUA.

 

Identidade

Sobre as eleições norte-americanas, Amorim adiantou que o governo brasileiro tem maior afinidade com os democratas, representados pela atual vice-presidente Kamala Harris, mas espera um pragmatismo do lado republicano caso Donald Trump seja eleito.

— A identidade (do governo Lula), em matéria de política econômica e de política social, é com os democratas. Agora, em termos internacionais, obviamente EUA e Brasil têm que ter uma boa relação — resumiu.

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