Deixaram o Ministério o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
Por Redação - de Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu demissão do cargo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O pedido foi feito na quinta-feira durante uma pesada discussão entre o ministro e o presidente. Guedes falou muitos tons acima do normal e disse que não aceitaria as manobras feitas pelo governo, à sua revelia, para furar o teto de gastos a fim de bancar o Auxílio Brasil de R$ 400.
“O pedido de demissão de Guedes foi confirmado por quatro interlocutores ouvidos pelo Blog. Foi feito logo depois de o ministro ser comunicado por quatro auxiliares de que não ficariam no governo diante da farra fiscal para tentar reeleger Bolsonaro”, escreveu o jornalista Vicente Nunes, do diário conservador Correio Brasiliense.
Deixaram o Ministério o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
Desmoralizado
“Guedes está se sentido desmoralizado, segundo amigos próximos. Não está descartada que a sua demissão seja formalizada nesta sexta-feira ou ao longo da próxima semana. O ministro diz que chegou ao limite, pois as mudanças propostas pelo governo para o teto de gastos são inaceitáveis”, acrescenta o colunista.
Segundo Nunes, “a situação está tão tensa no Ministério da Economia, que nem a agenda de Guedes foi divulgada. A única informação é de que ele está em compromissos internos. Interlocutores de Bolsonaro estão sondando nomes para o lugar de Guedes”.
“No Ministério da Economia, pouca gente acredita que um nome de peso aceite assumir o comando da política econômica com Bolsonaro enlouquecido com a reeleição. Para se ter um ideia da desconfiança em relação ao governo, Guedes, inclusive, está com dificuldades para preencher os quatro postos abertos em sua equipe”, acrescenta.
Desgaste
Diante dos últimos acontecimentos, o ambiente no governo é o pior possível para o ministro da Economia. Ministros palacianos já não escondem que querem ver o comandante da pasta pelas costas, e se mostram contrariados com o apego do economista ao cargo. Nas palavras de um deles, segundo apurou o diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, "ninguém aguenta mais o Paulo Guedes", mas ele "só sai dali (da Economia) à força".
Apesar da debandada de sua equipe, e desautorizado recorrentemente por Bolsonaro, embora demissionário, o ministro teria mostrado disposição de permanecer à frente da pasta. Guedes, na visão desse colega, seria "muito complicado" e não conseguiria solucionar questões fundamentais para o governo, como a do financiamento do Auxílio Brasil, programa que pretende dar R$ 400 a famílias vulneráveis do país.
O assunto, na análise desse mesmo auxiliar, está sendo discutido há mais de um ano, sem que o Ministério da Economia conseguisse encontrar uma forma de viabilizá-lo dentro das normas então vigentes do teto de gastos.