Bolsonaro coloca em risco a balança comercial com países muçulmanos
Nunes recebeu a notícia em Xangai, na China, onde participa da feira China International Import Expo (CIIE), com uma delegação de empresários. No Egito, ele se encontraria com o presidente Abdel Fattah al-Sisi.
Nunes recebeu a notícia em Xangai, na China, onde participa da feira China International Import Expo (CIIE), com uma delegação de empresários. No Egito, ele se encontraria com o presidente Abdel Fattah al-Sisi.
Por Redação, com Ansa - de Brasília e Cairo
A promessa do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de transferir de Tel Aviv para Jerusalém a embaixada brasileira em Israel já começou a gerar retaliações de países árabes. O Egito foi o primeiro a se manifestar, cancelando a viagem de uma comitiva brasileira liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira.
Senador licenciado, Aloysio Nunes Ferreira exerce a direção do Ministério das Relações Exteriores
Estava previsto para o chanceler desembarcar no país nesta quarta-feira para cumprir uma agenda entre os dias 8 e 11 de novembro. No entanto, o governo brasileiro foi informado pelas autoridades do Egito, na noite passada, de que a viagem teria de ser cancelada por problemas de agenda.
Apesar da justificativa, é incomum, pelo protocolo diplomático, desmarcar viagens em cima da hora.
Mais problemas
Nunes recebeu a notícia em Xangai, na China, onde participa da feira China International Import Expo (CIIE), com uma delegação de empresários. No Egito, ele se encontraria com o presidente Abdel Fattah al-Sisi e com o chanceler Sameh Shoukry.
A decisão do Egito vem dias após Bolsonaro confirmar que pretende mudar a embaixada do Brasil em Israel. Ao seguir uma decisão tomada pelos Estados Unidos e criticada pelos países árabes, já que Jerusalém é uma cidade importante para várias religiões, outros países do mundo muçulmano tendem a seguir na mesma linha egípcia.
Os países árabes, juntos, são o segundo maior comprador de proteína animal do Brasil. No ano passado, as exportações somaram US$ 13,5 bilhões, e o superávit brasileiro foi de US$ 7,17 bilhões. Especialistas em política externa temem que o mercado seja prejudicado caso os árabes decidam retaliar economicamente a decisão de Bolsonaro.