Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2025

Bolsonaro apela à África do Sul por Crivella, mas não obtém resposta

De acordo com auxiliares palacianos, no entanto, Ramaphosa não deu garantias a Bolsonaro sobre a aceitação de Crivella, o que tem sido interpretado por assessores como o mais forte sinal de que o nome do bispo licenciado da Igreja Universal não é bem aceito pelos sul-africanos.

Sexta, 22 de Outubro de 2021 às 11:18, por: CdB

De acordo com auxiliares palacianos, no entanto, Ramaphosa não deu garantias a Bolsonaro sobre a aceitação de Crivella, o que tem sido interpretado por assessores como o mais forte sinal de que o nome do bispo licenciado da Igreja Universal não é bem aceito pelos sul-africanos.

Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro apelou, em uma chamada telefônica mantida fora da agenda com o líder da África do Sul, Cyril Ramaphosa, para que aquele país aceite a indicação do ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos) à Embaixada do Brasil, em Pretória.
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Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella tenta ser nomeado para a Embaixada do Brasil na África do Sul
De acordo com auxiliares palacianos, no entanto, Ramaphosa não deu garantias a Bolsonaro sobre a aceitação de Crivella, o que tem sido interpretado por assessores como o mais forte sinal de que o nome do bispo licenciado da Igreja Universal não é bem aceito pelos sul-africanos. O governo Bolsonaro encaminhou no início de junho um pedido de concessão de agrément a Crivella. No jargão diplomático, trata-se de uma consulta a um país que pode vir a receber um novo embaixador. Quando há contrariedade, a praxe é que a solicitação não seja respondida. No caso do pedido de Crivella, são mais de quatro meses sem que Pretória se manifeste sobre a indicação do ex-prefeito do Rio.

Solicitação

A ligação entre Bolsonaro e Ramaphosa ocorreu em 7 de outubro. Interlocutores disseram à Folha que, quando o presidente brasileiro abordou a situação de Crivella, Ramaphosa afirmou que a decisão caberia ao Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul. A resposta evasiva consolida a percepção de que o país africano tem objeções à indicação, já que o agrément permanece sem resposta mesmo após uma solicitação feita por Bolsonaro ao líder sul-africano. Crivella esteve em Brasília na véspera para um encontro com o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB). Ele não deu declarações à imprensa após a reunião. Mourão, por sua vez, disse que não tratou da indicação diplomática com o ex-prefeito. — Que eu saiba, esse processo está parado. Mas ele não tocou nesse assunto, nós conversamos sobre a questão política no Rio de Janeiro — afirmou Mourão, a jornalistas. O envio de Crivella para chefiar a embaixada brasileira em Pretória é uma maneira de Bolsonaro agradar a Igreja Universal do Reino de Deus, que no momento atravessa uma crise no continente africano.
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