Rio de Janeiro, 01 de Abril de 2025

Bloco de Maia apresenta rachaduras, com assédio de Bolsonaro

Diante da pressão do Planalto, o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), ameaça deixar o grupo de Maia, lançar candidatura própria e, assim, promover a divisão do bloco parlamentar.

Quarta, 09 de Dezembro de 2020 às 13:10, por: CdB

Diante da pressão do Planalto, o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), ameaça deixar o grupo de Maia, lançar candidatura própria e, assim, promover a divisão do bloco parlamentar.

Por Redação - de Brasília
Vetado na tentativa de reeleição à Presidência da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem agora o desafio de unificar sua base para o apoio a um único candidato. Diante do jogo pesado do governo na tentativa de consolidar o mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no Legislativo, uma disputa interna desidrata a iniciativa da oposição.
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Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) reclama da pressão do Planalto sobre o Congresso
Diante da pressão do Planalto, o vice-presidente da Câmara Marcos Pereira (Republicanos-SP), ameaça deixar o grupo de Maia, lançar candidatura própria e, assim, promover a divisão do bloco parlamentar. Pereira se diz insatisfeito com o que considera predileção de Maia por outros pré-candidatos à sucessão na Câmara. Ele cita os deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB). — Não aceito entrar em jogo jogado — disse Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.

Conab

O deputado é o presidente nacional do Republicanos e já se reuniu com o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), arquirrival de Maia e pré-candidato à presidência da Câmara, com apoio declarado de Bolsonaro. Lira, segundo disseram interlocutores de Pereira à reportagem do Correio do Brasil, chegou a convidá-lo a ocupar um ministério, na reforma em curso no gabinete presidencial. O parlamentar já foi ministro da Indústria e Comércio Exterior, durante o governo de Michel Temer. Ele negou, no entanto, a jornalistas, que tenha intenção de voltar à Esplanada. Embora, diretamente, Pereira possa não voltar ao governo, um militante evangélico maranhense do Republicanos recebeu de Bolsonaro a Presidência da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Lista

Maia, por sua vez, pretende apoiar um candidato extraído da comunhão entre o DEM, o MDB, PSDB e Cidadania; além do Republicanos, PSL, PROS e demais partidos de oposição, entre eles as legendas de esquerda PT, PSOL, PDT, PSB e PCdoB. Unidas estas legendas teriam 300 dos 513 votos da Casa, mais do que o suficiente para derrotar Lira e o ‘Centrão’. Uma série de divergências, no entanto, pontuam a aliança tanto na direita, quanto à esquerda.  Com cerca de 130 votos, os partidos da centro-esquerda atuam como uma espécie de “fiel da balança” na eleição da Câmara. O PT e o PSB, contudo, estão divididos e alegam que precisam saber quem será o candidato de Maia. Negociam, ainda, cargos em comissões e na Mesa Diretora, além de emendas ao Orçamento. O atual presidente da Casa, para apressar o processo, promete escolher o seu candidato já na semana que vem. Além de Pereira, a lista é composta pelos deputados Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-AL) e Luciano Bivar (PSL-PE). Maia ainda não se manifestou sobre as ameaças de cisão interna, mas já faz as contas de quantos votos precisará para suprir uma eventual saída do bispo licenciado.
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