Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Bicicletas ganham cada vez mais os corações de todo mundo

Van der Schaaf afirma que Groningen foi uma das primeiras cidades da Europa a repensar o uso do Centro da cidade e considerar o planejamento com foco no ser humano. Hoje, é classificada como uma das cidades mais felizes do mundo.

Segunda, 05 de Junho de 2023 às 14:16, por: CdB

Van der Schaaf afirma que Groningen foi uma das primeiras cidades da Europa a repensar o uso do Centro da cidade e considerar o planejamento com foco no ser humano. Hoje, é classificada como uma das cidades mais felizes do mundo.


Por Redação, com DW - de Berlim

Groningen é um paraíso dos ciclistas. Pouquíssimos carros circulam pelas ruas da cidade holandesa, lar de quase 240 mil pessoas. Em vez disso, muitos moradores usam a extensa rede de ciclovias e rodovias para chegar ao seu destino com rapidez e tranquilidade.

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Basileia é uma das grandes cidades europeias que tem optado, cada vez mais, pela bicicleta


— Na década de 70, o centro de Groningen era totalmente diferente do que é hoje — diz Roeland van der Schaaf, ex-vereador especializado em desenvolvimento urbano.

Em entrevista à agência alemã de notícias Deutsche Welle (DW), ele lembra das ruas cheias de carros, na sua juventude.

— Decidimos que tinha que parar. Optamos por fazer um plano de trânsito da cidade onde nosso Centro fosse dividido em quatro partes, e não fosse possível se deslocar de uma parte a outra com o carro, apenas a pé ou de bicicleta.

Elétricas


Van der Schaaf afirma que Groningen foi uma das primeiras cidades da Europa a repensar o uso do Centro da cidade e considerar o planejamento com foco no ser humano. Hoje, é classificada como uma das cidades mais felizes do mundo.

— Perguntamos às pessoas: 'Que tipo de ruas vocês querem?' E essa é uma pergunta diferente de 'Onde você quer estacionar seu carro?’. E muita gente disse: Ah, a gente gosta de ver uma rua onde as crianças podem brincar, onde tem umas árvores, onde é fácil conhecer o vizinho. Quando você começa com essa pergunta, a discussão muda. — ressalta van der Schaaf.

A experiência holandesa tem, cada vez mais, inspirado outras cidades europeias. Em Barcelona, por exemplo, a cidade fechou certas áreas – conhecidas como "superquadras" – para o tráfego de carros. Exceções foram feitas para residentes locais e entregas.

Mesmo no Rio de Janeiro ou em São Paulo, duas das maiores cidades brasileiras, o uso das bicicletas — principalmente aquelas com motores elétricos para facilitar o trânsito em ladeiras e nas longas distâncias — tem sido cada vez maior. Os poderes públicos, em ambos os centros urbanos, são pressionados pela população a facilitar o trânsito sobre duas rodas, ainda que a realidade seja adversa.

‘Revolução’


Frans Timmermans, chefe de política climática da UE, falou à DW sobre a "revolução” do ciclismo na Europa em junho de 2022 – um desenvolvimento que foi, em parte, impulsionado pela pandemia de covid-19. Com muitas pessoas trabalhando em casa, cidades ao redor do mundo cederam algumas das faixas vazias de tráfego para outras formas de transporte. E em muitos lugares essa mudança se tornou permanente.

Em fevereiro passado, o Parlamento Europeu votou quase por unanimidade para dobrar o número de quilômetros pedalados na Europa até 2030. A Comissão Europeia agora quer desenvolver uma estratégia de ciclismo para o bloco e declarar 2024 como o Ano Europeu do Ciclismo.

Francke acrescenta que, além de ser ecologicamente correto e manter as pessoas em forma, o ciclismo traz outro benefício.

— Andar de bicicleta constantemente, movendo os pedais para cima e para baixo, tem um efeito mental positivo. Isso limpa a mente — concluiu.

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