Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Aumenta no mundo o clamor por impostos mais altos para bilionários

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Segunda, 16 de Janeiro de 2023 às 10:53, por: CdB

A Oxfam pede a aplicação de um imposto mundial de até 5% sobre fortunas de multimilionários e bilionários, argumentando que a taxa poderia gerar até 1,7 trilhões de euros (R$ 8,6 trilhões) anuais – o suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza. Além disso, indica o estabelecimento de impostos solidários e taxas sobre lucros excessivos.

Por Redação, com DW - de Davos, Suíça
Na abertura do Fórum Econômico Mundial, que acontece ao longo desta semana na estação de esqui suíça de Davos, a organização não governamental Oxfam divulgou seu relatório anual, no qual denuncia o aprofundamento da desigualdade no mundo, com 1% das pessoas mais ricas do planeta acumulando o dobro das riquezas dos demais 99% da população mundial, nos últimos dois anos.

Imposto

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Os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Fernando Haddad (Fazenda) viajaram a Davos, para o Fórum Econômico Mundial
A Oxfam pede a aplicação de um imposto mundial de até 5% sobre fortunas de multimilionários e bilionários, argumentando que a taxa poderia gerar até 1,7 trilhões de euros (R$ 8,6 trilhões) anuais – o suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza. Além disso, indica o estabelecimento de impostos solidários e taxas sobre lucros excessivos. — Enquanto pessoas comuns fazem sacrifícios diários para conseguir itens essenciais como comida, os super-ricos superaram seus sonhos mais loucos. Em apenas dois anos, a década atual está se mostrando a melhor de todos os tempos para os bilionários — criticou Gabriela Bucher, diretora executiva da Oxfam International. Intitulado ‘Sobrevivência dos Mais Ricos’, o relatório sobre desigualdade da Oxfam deste ano diz que dois terços de todas as novas riquezas geradas no mundo nos últimos dois anos – o equivalente a US$ 42 trilhões (R$ 214 trilhões) foram acumulados por 1% da população mundial. O montante é quase o dobro da riqueza gerada por todo o restante das pessoas no mundo. "As fortunas bilionárias estão crescendo US$ 2,7 trilhões (R$ 13,8 trilhões) por dia, até mesmo com a inflação pressionando para baixo os salários de 1,7 bilhões de trabalhadores", acrescenta o relatório da Oxfam, que combate a desigualdade no planeta e é uma organizações internacionais mais críticas ao Fórum Econômico Mundial.

Haddad e Marina

Mais de 50 chefes de estado e de governo devem participar dos cinco dias do maior encontro da economia mundial este ano, um número recorde. Dezenas de líderes de bancos centrais, representantes do mundo dos negócios e ministros das Finanças e da Economia comparecem ao Fórum, incluindo o novo ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) também está em Davos a partir desta segunda-feira (16/01) para sublinhar a mudança na política ambiental brasileira e manter diálogos para abertura de mercados para o agronegócio brasileiro, além de atrair recursos para preservação da Amazônia. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e do Pará, Helder Barbalho, também fazem parte do grupo brasileiro na Suíça. A presença dos ministros brasileiros em Davos este ano marca uma alteração na política externa do país desde a mudança de governo. O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu a Davos em 2019, em seu primeiro ano de mandato, mas cancelou a presença em 2020. Em 2021, o evento foi organizado de forma virtual e, em 2022, adiado para maio devido à pandemia de covid-19, o que impediu a presença de diversos líderes por questões de agenda.
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