Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Ato repudia demissão de professora acusada de 'doutrinação' em SP

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Quarta, 07 de Novembro de 2018 às 12:37, por: CdB

Docente em História em um colégio em São Paulo, Juliana Lopes afirma ter sido demitida após declarar que não iria votar em Jair Bolsonaro por ser contrária às suas posições de intolerância

Por Redação, com RBA - de São Paulo

Em defesa da liberdade de cátedra, o Sindicato dos Professores do ABC (Sinpro) realizou um ato, na terça-feira, em frente ao colégio Liceu Jardim, em Santo André, região metropolitana de São Paulo, contra a demissão da professora de História Juliana Lopes, que lecionava há três anos na instituição.

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Demissão teria sido por movimentos de pais apoiadores do projeto "Escola Sem Partido", criticado por alunos e professores

Segundo a docente, a demissão decorreu da pressão de pais e apoiadores do projeto "Escola Sem Partido" após afirmar em aula que não votaria em Jair Bolsonaro (PSL), na disputa pela presidência da República, pelos discursos de intolerância contra minorias sociais.

Professores, estudantes, lideranças sindicais e movimentos sociais que acompanhavam o ato em defesa da docente, destacaram a importância daliberdade dos professores no ensino para uma formação cidadã e crítica da realidade, e manifestaram repúdio a esse movimento de perseguição que, segundo eles, também não é "neutro", já que busca a prevalência de uma única visão de mundo contra o ensino de correntes reconhecidas por serem mais à "esquerda".

– A escola não pode se submeter a esse tipo de pressão seja de pais ou de outros gestores. Todas as escolas públicas e privadas devem garantir a pluralidade e a adversidade – afirmou o presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Roberto Guido à repórter Michelle Gomes, do Seu Jornal, da TVT.

Ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual, a ex-aluna Júlia Moniz lamentou a demissão da professora e considerou a acusação injusta ao desconsiderar todo o trabalho exercido por Juliana que, segunda a estudante, lecionava pela pluralidade de teorias liberais à marxistas. Procurado, o Colégio Liceu Jardim negou a perseguição à professora e afirmou que os motivos alegados são inverídicos.

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