O reino empurrou o barril de Brent para perto de US$ 100 ao reduzir a oferta em um momento em que a demanda global por combustível atingiu níveis recordes. Isso poderá em breve ser suficiente para o país começar a retomar produção, em vez de arriscar uma nova escalada de preços que prejudicaria a economia.
Por Redação, com Bloomberg - de São Paulo
O Ibovespa oscilava positivamente na manhã desta quinta-feira. O principal índice da bolsa de valores brasileira subia 0,03% aos 114.360 pontos, às 10h40, após a última revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e da divulgação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) no Brasil, que registrou alta de 0,37% em setembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O dólar, por sua vez, era negociado a R$ 5,05, com alta de 0,37% no mesmo período.
Os gastos do consumidor dos EUA avançaram a metade do ritmo anteriormente relatado no segundo trimestre, em grande parte devido aos gastos mais fracos com serviços, de acordo com dados do governo publicados nesta manhã. O consumo pessoal, o principal motor da economia dos EUA, subiu a uma taxa anualizada de 0,8% no período de abril a junho, de acordo com a terceira estimativa do Produto Interno Bruto do Bureau de Análise Econômica dos EUA. Isso comparado a 1,7% na estimativa anterior e marcou o avanço mais fraco em mais de um ano.
O PIB geral aumentou a uma taxa não revisada de 2,1% durante o período. O investimento fixo empresarial mais forte ajudou a compensar a desaceleração nos gastos do consumidor, avançando a uma taxa de 7,4% em comparação com a estimativa anterior de 6,1%.
Commodity
No mercado de commodities, a Arábia Saudita sinaliza que pode estar mais perto de declarar sua missão cumprida no segmento de petróleo do que os operadores imaginam, segundo um dos mais respeitados especialistas no assunto ouvido pela agência norte-americana de notícias Bloomberg News.
O reino empurrou o barril de Brent para perto de US$ 100 ao reduzir a oferta em um momento em que a demanda global por combustível atingiu níveis recordes. Isso poderá em breve ser suficiente para o país começar a retomar produção, em vez de arriscar uma nova escalada de preços que prejudicaria a economia, segundo Bob McNally, que foi assessor especial do presidente George W. Bush e fundou a consultoria geopolítica Rapidan Energy, em Washington.
— Eles não querem apertar demais o mercado deliberadamente, porque se houver uma disparada de preço, haverá um colapso na demanda — afirmou McNally.
Cenário
O mercado internacional de petróleo está “sendo fortemente pressionado”, especialmente no caso de combustíveis como diesel e óleo para aquecimento, com a aproximação do pico de consumo de inverno no hemisfério norte, disse McNally. Com um cenário econômico particularmente frágil, isso representa perigos para bancos centrais como o Federal Reserve, acrescentou.
— A maneira realmente sensata de controlar os preços é a Arábia Saudita e a Opep+ dizerem: ‘Defendemos o nosso ponto de vista, afugentamos as posições vendidas especulativas’. Esse momento ainda não chegou, mas está perto — acrescentou McNally.
A Arábia Saudita se comprometeu em manter seu corte adicional de oferta de 1 milhão de barris por dia até ao final do ano, em conjunto com as restrições às exportações impostas pela Rússia, outro membro da Opep+. Mas também disse que iria revisar a estratégia a cada mês e que poderia ajustar a produção para mais ou para menos.