Quarta, 06 de Fevereiro de 2019 às 13:26, por: CdB
A informação chega ainda em meio aos desdobramentos do rompimento de uma barragem da companhia em Brumadinho (MG) em janeiro que deixou 150 mortos confirmados até o momento.
Por Redação - do Rio de Janeiro
A mineradora Vale anunciou que planeja investir aproximadamente R$ 1,5 bilhão, a partir de 2020, na implementação de tecnologia de rejeitos a seco (dry stacking), em meio a ações para reduzir a utilização de barragens em suas operações.
A informação chega ainda em meio aos desdobramentos do rompimento de uma barragem da companhia em Brumadinho (MG) em janeiro que deixou 150 mortos confirmados até o momento; além de mais de 200 desaparecidos.
A companhia afirmou que seus investimentos em gestão de barragens no Brasil “vêm sendo reforçados continuamente e atingirão R$ 256 milhões em 2019”, o que representaria crescimento de 180% frente aos 92 milhões de reais em aportes em 2015. Entre 2016 e 2019, os investimentos totais em gestão de barragens totalizarão R$ 786 milhões, acrescentou a Vale.
Hidrelétrica
Segundo a empresa, os investimentos em tecnologia de rejeito a seco somam-se à aquisição pela Vale no final do ano passado da New Steel, empresa que desenvolve tecnologias inovadoras de beneficiamento de minério de ferro.
Caso investisse no método a seco, no passado, a Vale poderia se livrar de mais um prejuízo, caso a hidrelétrica de Retiro Baixo seja, de fato, atingida pela onda de rejeitos de minério de ferro. O governo federal, em nota divulgada, na véspera, diz que o Ministério de Minas e Energia prevê que os rejeitos do rompimento da barragem de Brumadinho (MG) cheguem diluídos a Retiro Baixo.
Não é o que engenheiros do Na semana passada, a usina havia suspendido as operações a pedido da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) devido à possibilidade de ser atingida pelos rejeitos da barragem de mineração da Vale.
Eletrobras
O governo não informou se a usina será religada e nem a previsão da chegada da pluma de rejeitos. Retiro Baixo fica a 200 km do local do rompimento, e foi construída no baixo curso do rio Paraopeba, entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu. A informação da suspensão foi divulgada no dia 30 pela Eletrobras. Com 82 megawatts em capacidade, a usina tem como principais sócios Furnas, subsidiária da Eletrobras, e a estatal mineira Cemig.
A suspensão das operações da hidrelétrica não tem impactos relevantes sobre a oferta de energia devido ao pequeno porte da unidade frente à capacidade instalada de geração no Brasil, mas especialistas apontam que a paralisação pode se prolongar a depender da quantidade e da densidade dos rejeitos.
A informação sobre os rejeitos foi lida pelo porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, em São Paulo, onde ele comentou também sobre o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro, internado há nove dias no hospital Albert Einstein.
Paraopeba
Rêgo Barros apresentou ainda outras ações do Comitê de Gestão e Avaliação de Respostas a Desastres, do governo e disse que o Ministério da Saúde está realizando visitas domiciliares para buscar de forma ativa pessoas que tiveram contato com a lama na região do vazamento.
"O objetivo é identificar possíveis sinais de contaminação e orientar as pessoas quanto aos cuidados que se deve tomar com alimentos e produtos oriundos da região do rio Paraopeba", diz a nota divulgada pelo Palácio do Planalto.