Rio de Janeiro, 13 de Abril de 2025

Após recusa de Putin, Ucrânia critica silêncio dos EUA sobre cessar-fogo

Após a rejeição de Putin a um cessar-fogo, Zelensky critica a falta de resposta dos EUA e pede mais pressão sobre a Rússia. Entenda os desdobramentos.

Segunda, 07 de Abril de 2025 às 11:02, por: CdB

Trump até chegou a subir o tom contra o presidente russo, mas não ampliou sanções ou fez pressão por acelerar negociações. Nem mesmo o tarifaço global atingiu a Rússia.

Por Redação, com CartaCapital – de Kiev

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, lamentou no domingo a falta de resposta dos Estados Unidos à rejeição do presidente russo Vladimir Putin a um cessar-fogo completo e incondicional na Ucrânia, após novos ataques mortais, especialmente em Kiev.

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Bate-boca de Trump e Zelensky no Salão Oval da Casa Branca é o ápice do distanciamento entre EUA e Ucrânia

O presidente americano Donald Trump está pressionando para alcançar um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, mais de três anos após a invasão russa do país.

Trump propôs uma trégua incondicional de 30 dias, o que Kiev aceitou. Mas ele só conseguiu obter de Moscou um cessar-fogo no Mar Negro e uma moratória muito vaga sobre ataques à infraestrutura energética, que ambas as partes se acusam mutuamente de violar.

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– A Ucrânia aceitou a proposta americana de cessar-fogo completo e incondicional. Putin a rejeitou. Esperamos que os Estados Unidos respondam, pois até agora não há resposta – disse Zelensky em sua mensagem diária, após outra noite de fortes ataques russos.

O presidente da França, Emmanuel Macron, condenou os novos ataques russos e pediu “ações veementes” se Moscou continuar “rejeitando a paz”.

Paris e Londres, cujos chefes de Estado-Maior visitaram Kiev esta semana, pressionam para que sejam enviados contingentes militares à Ucrânia após um cessar-fogo, a fim de dissuadir qualquer novo ataque russo.

Zelensky, cujas relações com Trump têm sido tumultuadas nos últimos meses, pede que Washington pressione a Rússia.

Ele tem instado repetidamente seus aliados a intensificar sanções econômicas contra Moscou.

Após os ataques, Zelensky disse que “a pressão sobre a Rússia continua insuficiente, e os ataques diários russos contra a Ucrânia demonstram isso”.

O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, afirmou que “a linguagem da força é a única que Putin entende. Todos os nossos parceiros devem mudar para esse idioma”.

Segundo o enviado econômico especial do presidente russo, Kirill Dmitriev, pode haver novos contatos entre funcionários russos e americanos “na próxima semana”.

“Ataque em massa”

A Ucrânia denunciou neste domingo um “ataque em massa” russo em seu território que deixou pelo menos dois mortos e oito feridos em diferentes regiões do país.

Em Kiev, a capital, ouviram-se explosões durante a noite e uma fumaça preta espessa elevou-se na cidade, verificaram jornalistas da agência francesa de notícias AFP.

Os ataques destruíram parcialmente os escritórios dos canais públicos que transmitem programas em línguas estrangeiras, anunciou a emissora de televisão Freedom em um comunicado.

O Ministério da Defesa russo declarou que atacou durante a noite instalações ligadas ao exército, entre elas uma empresa de drones.

Alguns dos mísseis foram lançados do Mar Negro, segundo Zelensky, que pediu uma trégua marítima para garantir a segurança da Ucrânia.

O Ministério da Defesa russo indicou por sua vez ter interceptado e destruído 11 drones ucranianos e também anunciou a conquista do vilarejo de Bassivka, na região de Sumi, muito próximo ao território russo.

Os guardas fronteiriços ucranianos tacharam a reivindicação da conquista desta localidade de “desinformação”.

Apesar das dificuldades para se chegar a uma trégua, Zelensky comemorou os “avanços tangíveis” sobre o possível envio de um contingente europeu para a Ucrânia no caso de um cessar-fogo, após uma visita dos chefes do Estado-Maior dos exércitos francês e britânico a Kiev.

As duas potências europeias propõem o envio de um contingente de países continentais, uma “força de garantia” para evitar a retomada do conflito no caso de uma trégua.

Kiev acusa Moscou de atrasar deliberadamente as negociações a fim de explorar sua vantagem na linha de frente e ganhar mais territórios.

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