Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Ao WikiLeaks, Lula garante apoio à campanha 'Julian Assange Livre'

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Terça, 29 de Novembro de 2022 às 08:47, por: CdB

Os jornalistas vieram ao Brasil como parte de viagem que realizam pela América Latina a fim de se reunirem com lideranças políticas e sociais, movimentos, organizações e sociedade civil organizada que defendem a liberdade de Julian Assange.

Por Redação, com ABr - de Brasília

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou nessa terça-feira em favor da liberdade do jornalista fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está preso no Reino Unido desde 2019 e pode ser deportado para os Estados Unidos. Lula recebeu em Brasília os jornalistas Kristinn Hrafnsson, editor-chefe e porta-voz do WikiLeaks, e o editor da plataforma Joseph Farrell.

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Hoje Julian Assange está detido em uma prisão britânica desde 2019, sob a ameaça constante de extradição para os Estados Unidos

– Estive com @khrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, e com o editor Joseph Farrell, que me informaram da situação de saúde e da luta por liberdade de Julian Assange. Pedi para que enviassem minha solidariedade. Que Assange seja solto de sua injusta prisão – afirmou Lula em sua conta no Twitter.

Os jornalistas vieram ao Brasil como parte de viagem que realizam pela América Latina a fim de se reunirem com lideranças políticas e sociais, movimentos, organizações e sociedade civil organizada que defendem a liberdade de Julian Assange e denunciam as diversas violações dos direitos humanos, civis e políticos do jornalista.

A delegação do Wikileaks veio discutir, ainda, questões relacionadas à importância da liberdade de expressão e do direito à informação, valores que se qualificam como pilares da sociedade. “Os representantes do Wikileaks pretendem falar sobre os riscos que existem para a democracia e a liberdade de imprensa se Assange for extraditado para os Estados Unidos”, disse a Assembleia Internacional dos Povos (AIP), que coordena a viagem dos jornalistas.

Solidariedade e liberdade de expressão

Julian Assange vive uma dramática situação política e de saúde. Detido sem base legal na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido, desde 2019, o jornalista e ativista australiano está prestes a ser extraditado para os Estados Unidos onde pode sofrer uma pena de até 175 anos em confinamento solitário.

Assange é acusado pelo governo estadunidense de violar a Lei de Espionagem de 1917. Ele foi responsável, por exemplo, pela publicação, entre 2010 e 2011, de documentos classificados revelando crimes de guerra e campos de tortura no Iraque e Afeganistão. A eventual condenação de Assange por essas publicações criminalizaria todas as etapas do processo jornalístico básico: solicitar, receber, possuir e publicar informações verídicas e de interesse público. A defesa do jornalista quer que os EUA retirem as acusações como forma de proteger a liberdade de imprensa em todo o mundo.

Nesta quarta-feira, a sede histórica da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, reúne as organizações jornalísticas para receber os editores do Wikileaks, a partir de 16h.

– Sem uma forte mobilização internacional, o jornalista Julian Assange não será libertado. Ao publicar no WikiLeaks milhares de documentos, fotos e vídeos que comprovam o envolvimento dos Estados Unidos e seus aliados na morte de inocentes e na espionagem em escala internacional, Assange cumpriu seu dever como jornalista. É por isso que a luta pela sua liberdade afeta a todos nós – declara Giovani del Prete, da Secretaria Operativa da Assembleia Internacional dos Povos.

A ação do governo estadunidense contra Julian Assange busca estabelecer um precedente mundial, uma vez que poderia exercer jurisdição extraterritorial sobre qualquer jornalista ou imprensa estrangeira, o que é alarmante. Os EUA indicaram que a Primeira Emenda à Constituição não se aplicaria a jornalistas estrangeiros, portanto, se o ativista for extraditado e processado, ele não se beneficiará de proteções constitucionais da liberdade de expressão em virtude de ser cidadão australiano.

A decisão de processar Assange foi universalmente condenada por grupos de defesa, liberdade de expressão, grandes jornais, políticos proeminentes e sindicatos, indicando que as ações que os Estados Unidos desejam impor são uma ameaça sem precedentes à liberdade de imprensa em todo o mundo.

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