Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Aliados próximos a Bolsonaro já admitem desgaste e risco de prisão

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Segunda, 14 de Agosto de 2023 às 17:36, por: CdB

Em absoluto silêncio desde a semana passada, depois de veicular uma nota vaga em que nega seu envolvimento na quadrilha que desencaminhou artigos de alto valor dos cofres públicos, Bolsonaro não comentou sobre o recibo que, segundo agentes da Polícia Federal (PF), é uma "prova contundente" contra Wassef,


Por Redação - de Brasília

Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira, quando foi veiculada a notícia de que o nome de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aparece no recibo de recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos, aliados do ex-mandatário neofascista passaram a aumentar a distância para o alvo das investigações policiais sobre a venda de joias furtadas da União. As acusações são graves e poderão implicar até no recolhimento dos suspeitos à cadeia.

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Michelle e Bolsonaro serão chamados a depor na Polícia Federal


Em absoluto silêncio desde a semana passada, depois de veicular uma nota vaga em que nega seu envolvimento na quadrilha que desencaminhou artigos de alto valor dos cofres públicos, Bolsonaro não comentou sobre o recibo que, segundo agentes da Polícia Federal (PF), é uma "prova contundente" contra Wassef, segundo apurou o jornalista Valdo Cruz, em seu blog.

Diante da evolução da investigação sobre a venda de joias adquiridas em viagens oficiais, Wassef emitiu um comunicado alegando ser vítima de um julgamento injusto e assegurou que não participou de qualquer operação desse tipo. Entretanto, no contexto atual, Wassef é alvo de investigação não pela venda, mas sim pela recompra do Rolex.

Pagamento


A PF adiantou que convocará Wassef a prestar depoimento e conduzirá uma análise sobre a origem do dinheiro utilizado na recompra do relógio, avaliado em mais de R$ 150 mil. Além disso, a PF quer saber como foi feito o pagamento, se em espécie ou por meio de transferência bancária.

As autoridades policiais brasileiras esperam contar com a cooperação dos pares norte-americanos, uma vez que o relógio foi vendido e depois recuperado em uma loja de Miami (FL-EUA). A ajuda deverá facilitar a obtenção de informações relacionadas ao valor da venda e da recompra.

Wassef teria sido designado para realizar a recompra do Rolex, nos EUA, após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que o presente fosse restituído ao Erário, posto que o item não constituía um bem de natureza estritamente pessoal e não poderia ter sido incorporado ao patrimônio privado de Bolsonaro ou sequer levado para fora do Brasil.

Reviravolta


Embora a equipe de Bolsonaro afirmasse que o relógio estava no Brasil e seria devolvido à União, havia uma operação nos bastidores para recuperar a joia que já havia sido vendida. Após o item ter sido recuperado e entregue ao TCU, a 'operação' foi motivo de celebração por parte da equipe bolsonarista, segundo apurou a PF.

Integrantes da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, avaliam a existência de um ambiente favorável para pautar, durante esta semana, um requerimento com o objetivo de obter acesso às transações bancárias dos suspeitos nas investigações. Ainda nesta manhã, a PF pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no inquérito que apura supostos desvios de presentes de luxo entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente da República.

O ex-mandatário também foi alvo do pedido. Os pedidos foram enviados ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes, a quem cabe autorizar a implementação da medida. Uma operação da PF realizada nesta sexta-feira cumpriu mandados de busca e apreensão contra pessoas do entorno do ex-presidente, mas ele e Michelle não foram alvos da ação.

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