O pagamento foi, inicialmente, determinado pela Lei 3.421/2000, que prevê a concessão de até três salários mínimos às vítimas. O texto prevê, ainda, que a pensão seja paga ao cônjuge, companheiro ou ao parente mais idoso, ascendente, descendente e colateral até segundo grau.
Por Redação, com Brasil de Fato - do Rio de Janeiro
Na última terça-feira, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em discussão única, o Projeto de Lei 6.372/22 que reestabelece a concessão de pensões mensais vitalícias às vítimas das chacinas da Candelária e de Vigário Geral, que aconteceram no ano de 1993. O texto segue para o governador Cláudio Castro (PL) que tem até 15 dias úteis para sancionar ou vetar a medida. A votação contou a presença, no Plenário, da presidenta da Associação dos Familiares das Vítimas de Vigário Geral, Iracilda Toledo, que nessa tragédia perdeu seu marido; de Dona Vera Lúcia da Silva dos Santos, que teve oito pessoas de sua família mortas na chacina e da consultora de direitos humanos Cristina Leonardo. Pouco antes da votação do PL, o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT) e o deputado Bruno Dauaire (União), receberam Iracilda, Vera e Cristina para falarem sobre a importância do restabelecimento do pagamento de pensões – e de maneira retroativa - às vítimas dessas chacinas. A reunião contou também com a participação do desembargador José Muiños Piñeiro Filho, que foi o promotor do caso da chacina de Vigário Geral; do Procurador-Geral do Estado, Bruno Dubeux, do senador Carlos Portinho (PL) e dos jornalistas Chico Otávio e Elba Boechat, que à época noticiaram amplamente as chacinas. – A aprovação desse projeto é um reconhecimento a essas pessoas que até hoje sofrem com a perda de seus entes queridos. Nós, no parlamento, temos atuado para buscar esse tipo de reparação como foi o caso também da chacina de Acari, em que aprovamos lei estabelecendo indenização às famílias vítimas dessa tragédia, representadas pelo grupo Mães de Acari – comentou Ceciliano. Num depoimento que emocionou a todos, Vera Santos contou parte de sua luta em busca de justiça pela perda de oito familiares em Vigário Geral. – Essa reunião é importante porque, como a nossa pensão foi cancelada, estamos nessa batalha para receber esse retroativo que vai ser de grande valia, principalmente para nós que moramos em comunidade. Não desejo para ninguém a perda de sua família, porque fica um vazio muito grande. Os meus sobrinhos, que foram sobreviventes, cada um desenvolveu um problema diferente. Eu agradeço a Deus por ter colocado as pessoas que estão nesta reunião no meu caminho no momento certo – contou, descrevendo sua angústia, Vera não recebe a pensão desde 2007.