A crueldade do assassinato de uma jovem mulher indígena, de apenas 14 anos, no município de Redentora, no Rio Grande do Sul, suscitou diversas manifestações de repúdio. O crime foi cometido na última quarta, mas somente na quinta-feira foi identificado o corpo de Daiane Griá Sales.
Por Redação, com ABr - de Brasília
A crueldade do assassinato de uma jovem mulher indígena, de apenas 14 anos, no município de Redentora, no Rio Grande do Sul, suscitou diversas manifestações de repúdio. O crime foi cometido na última quarta, mas somente na quinta-feira foi identificado o corpo de Daiane Griá Sales. A adolescente estava em uma lavoura, próxima a um mato, nua e com as partes inferiores (da cintura para baixo) dilaceradas. Ela tinha hematomas pelo corpo. A jovem foi encontrada por um agricultor na Linha Posse Ferraz, vizinho ao Setor Estiva. A Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) lançou um manifesto de repúdio e denúncia do crime. "Temos visto dia após dia o assassinato de indígenas. Mas, parece que não é suficiente matar. O requinte de crueldade é o que dilacera nossa alma, assim como literalmente dilaceraram o jovem corpo de Daiane, de apenas 14 anos. Esquartejam corpos jovens, de mulheres, de povos. Entendemos que os conjuntos de violência cometida a nós, mulheres indígenas, desde a invasão do Brasil é uma fria tentativa de nos exterminar, com crimes hediondos que sangram nossa alma. A desumanidade exposta em corpos femininos indígenas, precisa parar!", afirmam. A jovem da etnia Kaingang morava no Setor Bananeiras da Terra Indígena do Guarita. A ANMIGA informa também que a jovem foi encontrada em uma lavoura, região onde haviam árvores. Existe a suspeita de que tenha sido um crime de ódio, devido ao estado do corpo, porém, existe a possibilidade de animais necrófagos terem agido no local. "Não deixaremos passar impune e nem nos silenciarão. Lutamos pela dignidade humana, combatendo a violência de gênero e tantas outras violações de direitos. As violências praticadas por uma sociedade doente não podem continuar sendo banalizadas, naturalizadas, repleta de homens sem respeito e compostura humana, selvageria, repugnância e macabrismo. Quem comete uma atrocidade desta com mulheres filhas da terra, mata igualmente a si mesmo, mata também o Brasil", reivindicam no manifesto.