Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Zapatero e presidentes autônomos têm reunião histórica

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Quinta, 28 de Outubro de 2004 às 19:11, por: CdB

Pela primeira vez na história da democracia na Espanha, o presidente do Executivo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e os 17 dirigentes das regiões autônomas realizaram uma reunião conjunta, que alguns dos presentes viram como um marco do fim de uma visão centralista do Estado.

Reunir Zapatero e os presidentes das 17 comunidades e das cidades autônomas de Ceuta e Melilla, porém, não foi fácil. Até terça-feira, o chefe do governo regional do País Basco, Juan José Ibarretxe, não havia confirmado sua presença na conferência celebrada nesta quinta-feira na sede do Senado em Madri.

Embora esta tenha sido a I Conferência de Presidentes Autônomos, estes encontros serão realizados pelo menos uma vez ao ano em qualquer parte da Espanha.

A institucionalização destes encontros foi, precisamente, um dos resultados principais das conversações de hoje. O papel das regiões autônomas na União Européia (UE), com a nova Constituição, e o debate sobre o Estado das Autonomias também fizeram parte da agenda.

Em uma entrevista coletiva, Zapatero disse que nesta cúpula foi decidido que, antes de fim do ano, "todo o processo de participação das comunidades autônomas nas instituições européias" estará consolidado.

Para as próximas reuniões, há um amplo leque de temas propostos para fazer parte da agenda, como a imigração, a segurança pública "e, certamente, as reformas da Constituição e dos Estatutos", disse Zapatero.

Os Estatutos de autonomia da Catalunha e do País Basco, que dotam estas comunidades "históricas" de uma ampla capacidade de autogoverno, completaram 25 anos segunda-feira, em um momento em que suas reformas são traçadas.

A Catalunha prevê que essa reforma, que representará um avanço no autogoverno, esteja pronta na primeira metade de 2005, enquanto o governo regional basco quer ir além e impulsionar um plano soberanista mediante um referendo.

Os presidentes regionais se mostraram dispostos a defender as reformas de seus Estatutos nas próximas reuniões.

Zapatero e a maior parte dos presentes destacaram o ambiente "construtivo" e "respeitoso" do encontro, que alguns dirigentes autônomos, especialmente os socialistas, consideraram que sela o final da visão centralista da Espanha.

Já os presidentes regionais pertencentes ao opositor Partido Popular criticaram a precipitação e falta de conteúdo do encontro.

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