Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

<i>Xeque-Mate</i> chega às telas com ares de Tarantino

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Quinta, 14 de Setembro de 2006 às 15:10, por: CdB

Autor e diretor do cult Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994), o cineasta Quentin Tarantino fez escola. Ano após ano aparece alguém querendo copiá-lo, embora os resultados não sejam muito bons. Esse é o caso de Xeque-Mate, que estréia nesta sexta-feira nos cinemas brasileiros. O filme do inglês Paul McGuigan (de Paixão À Flor da Pele) traz no elenco uma boa mistura de veteranos e jovens talentos - mas nenhum muito à vontade.

Morgan Freeman (Menina de Ouro) e Ben Kingsley (Oliver Twist) são dois mafiosos rivais conhecidos, respectivamente, como O Chefe e O Rabino. Quando o filho de um é morto numa emboscada, o outro contrata um matador para se vingar. Esse matador é Slevin (Josh Hartnett, de Efeito Borboleta), que na verdade não é um criminoso, mas acaba sendo confundido com a pessoa errada. Sem muitas opções, ele aceita o serviço. Mais tarde, acaba sendo contatado pelo outro mafioso, que também lhe oferece um servicinho. Ou seja, o rapaz acaba jogando nos dois times, traindo os dois mandantes.

Slevin planeja o assassinato sem saber que sua própria vida está por um fio. Um matador de aluguel (Bruce Willis, do Pulp Fiction original), esse de verdade, começa a segui-lo para eliminá-lo logo depois que os "serviços" estiverem concluídos. A seu favor, Slevin conta com a vizinha Lindsey (Lucy Liu, de As Panteras), que o ajuda, mas que também passa a correr risco de vida.

McGuigan e o roteirista estreante Jason Smilovic constróem Xeque-Mate em cima de referências cinematográficas que incluem, além de Tarantino, filmes como O Profissional, Amnésia e mesmo Hitchcock, com seu O Homem Que Sabia Demais. O problema é que a dupla quer que seu filme pareça mais inteligente do que a platéia, e reserva meia dúzia de surpresas e reviravoltas que nunca se justificam.

Ao final, Xeque-Mate se torna mais um filme policial banal que, preocupado demais consigo mesmo, não dá chance ao público para pensar. Cenas redundantes e excesso de explicações dão a sensação de que, para o diretor, apenas ele e o filme têm o direito de ser inteligentes.

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