Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Vítimas do Palace II querem que hotéis de Naya sejam leiloados no dia 20

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Sábado, 15 de Maio de 2004 às 06:43, por: CdB

Ex-moradores e parentes das vítimas do desabamento do edifício Palace II, ocorrido há seis anos, estão na expectativa de que o leilão de dois hotéis em Brasília do ex-deputado Sérgio Naya - Hotel ST. Peter e ST. Paul Park Hotel - sejam leiloados na próxima quinta-feira (20), como estava marcado. No início desta semana correu a informação de que o leilão, para pagamento de indenizações de 176 famílias, poderia ser adiado.

A presidente da Associação das Vítimas do Palace II, Rauliete Barbosa Guedes, que perdeu dois imóveis com a queda do prédio, afirma que irá continuar lutando para que a justiça seja feita: "Vamos entrar com recurso e eu acredito que essa decisão será revertida e que o leilão poderá acontecer ainda no dia 20 de maio. Nem vamos questionar o valor das indenizações, nós queremos é que a justiça seja feita". A médica Bárbara Alencar Martins, que perdeu a filha Luiza, de 12 anos, no acidente também está na expectativa de que haja uma decisão favorável à realização do leilão, previsto para ocorrer no Rio de Janeiro.

O advogado cível de Sérgio Naya, Jorge Azevedo, foi procurado, mas não retornou as ligações. A imprensa divulgou que ele alega que a venda dos hotéis foi decidida antes que se soubesse o valor exato das negociações e que a decisão foi tomada "em meio a pressões e ao clamor da imprensa".

De acordo com o promotor que cuida do caso, Rodrigo Terra, a afirmação dos advogados não é verdadeira: "Havíamos acabado de receber as contas de quanto cada uma das vítimas teria o direito de receber a título de indenização. A média era de R$ 617 mil e o total das indenizações seria de aproximadamente R$ 50 milhões, o que significa que o valor de avaliação dos hotéis seria mais do que suficiente para resolver o problema definitivamente", afirmou.

Na opinião do jurista Frederico Viegas, professor de direito civil da Universidade de Brasília (UnB), a realização do leilão judicial é uma questão de justiça e moral: "Duas coisas são incontestáveis, a primeira é que ele deve uma indenização a várias pessoas, e a segunda é que infelizmente ele vem por vias transversas liberando certos bens, por meio de alvarás e rituais que estão sendo objeto de investigação no Rio de Janeiro".

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