A violência no campo é o quinto item dos 16 que compõem o documento que os participantes da Marcha Nacional pela Reforma Agrária entregam nesta terça-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Via Campesina e outros movimentos sociais pedem que os fazendeiros sejam punidos "exemplarmente" por crimes contra trabalhadores, e os julgamentos sejam federalizados (passem a ficar sob a responsabilidade da Justiça Federal). A marcha reúne cerca de 30 mil pessoas.
Os integrantes da marcha citam os exemplos de impunidade. Há cinco anos, o agricultor Alexandre Anghinoni perdeu o irmão, Eduardo, assassinado a tiros por pistoleiros no noroeste do Paraná. Eduardo fazia parte do MST e até hoje os assassinos não foram punidos.
- Queremos que o governo e os órgãos de competência façam Justiça. Nessa luta pela terra, muitos trabalhadores já foram e continuam sendo assassinados. A ação das milícias privadas no Paraná, o estado onde eu moro, é cada vez mais forte - denuncia Alexandre.
A pedido do governador Roberto Requião, a Polícia Federal investiga a atuação das milícias paranaenses desde o início deste ano. Já foi comprovado o envolvimento de fazendeiros na formação de grupos de extermínio na área rural, envolvendo inclusive militares de alta patente.
A continuidade das investigações foi reivindicada nas últimas semanas por agricultores do Paraná. Eles participaram da marcha desde o começo, em Goiânia, e enviaram representantes para audiências em Brasília. Uma delas ocorreu na Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
- Pedimos que a Polícia Federal intensifique o trabalho de estudo e a investigação para mapear e descobrir focos de milícias armadas. É preciso agir para desarticular e desmontar esses grupos para que a gente volte a ter tranqüilidade no meio rural - conta um dos coordenadores da caravana paranaense na marcha, José Damasceno.
Violênica no campo é uma das reclamações dos sem terra
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Terça, 17 de Maio de 2005 às 07:18, por: CdB