O acesso humanitário a Aleppo depende do controle da principal rodovia para a parte sitiada por rebeldes da cidade, dividida entre o governo e militantes
Por Redação, com Reuters - de Beirute:
Comboios de ajuda humanitária para a cidade síria de Aleppo ficaram retidos na fronteira com a Turquia nesta sexta-feira, no quinto dia de um frágil acordo de cessar-fogo, enquanto facções rivais discutem como os suprimentos serão entregues e em meio a um aumento de violência que tem prejudicado a trégua.
A entrega de suprimentos para a cidade síria, que era a maior do país antes da guerra, é um teste crítico do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e pela Rússia há uma semana com o objetivo de retomar as conversas em busca de um fim para o conflito.
O acesso humanitário a Aleppo depende do controle da principal rodovia para a parte sitiada por rebeldes da cidade, dividida entre o governo e militantes que lutam para derrubar o presidente Bashar al-Assad há mais de cinco anos. A rodovia Castello se tornou a maior frente da batalha da guerra civil.
Rússia
O Kremlin afirmou nesta sexta-feira que está usando sua influência para fazer com que o Exército da Síria implemente totalmente um frágil acordo de cessar-fogo, e que espera que os Estados Unidos também façam uso de sua influência com os grupos rebeldes.
O governo da Rússia emitiu os comentários depois de ser indagado sobre as acusações dos rebeldes sírios de que o Exército não recuou de suas posições nos arredores da estrada de Castello, que leva a Aleppo, o que impediu o início da entrega de ajuda humanitária à cidade. Na quinta-feira a Rússia disse que o Exército sírio começou a se retirar da estrada.
– Recriminações mútuas estão sendo feitas – disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres em uma teleconferência nesta sexta-feira.
– Acima de qualquer dúvida, o lado russo continua a usar sua influência para fazer com que os acordos de cessar-fogo sejam implementados, e esperamos que nossos colegas norte-americanos façam o mesmo.
A trégua, mediada pela Rússia e os EUA, entrou em vigor na noite de segunda-feira, mas até agora tem se mostrado frágil, e Moscou vem culpando Washington reiteradamente pelo que diz ser sua relutância para empregar sua influência em algumas unidades da oposição síria que não estão dispostas a deter os combates ao lado da organização radical Jabhat Fatah al Sham, antes conhecida como Frente Al Nusra.
– No geral, ainda podemos afirmar que o processo (de cessar-fogo) está indo em frente, apesar de alguns contratempos – disse Peskov.