As vendas reais da indústria recuaram 0,47% em setembro frente a agosto, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação a setembro de 2004, houve queda de 1,07%. A CNI atribuiu o cenário menos favorável para a indústria ao nível dos juros, considerado elevado, e à valorização do real.
O uso da capacidade instalada ficou em 80,1% em setembro - menor patamar desde novembro de 2003 - comparado a 81,9% em agosto. "(Esse recuo) sugere um claro arrefecimento da atividade industrial", apontou a CNI em nota. O número de empregados na indústria recuou 0,03% ante agosto, mas registrou alta de 2,19% em relação a setembro do ano passado.
Na avaliação do economista Paulo Mol, da Unidade de Política Econômica da CNI, o efeito do desaquecimento da indústria sobre o emprego pode ocorrer a partir do ano que vem. Segundo Mol, apesar de a CNI prever um crescimento de emprego recorde para este ano - 4,2% contra os 3,5% registrados no ano passado - o desaquecimento terá um efeito maior sobre o nível de emprego a partir dos próximos meses. Isso porque a variável do emprego é sempre a última a se alterar e a que mais demora a subir em um momento de retomada de crescimento e a última a cair quando a economia em um processo de desaquecimento.