Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Vanderlei Luxemburgo é condenado a 5 anos de prisão

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Sexta, 04 de Julho de 2003 às 19:13, por: CdB

O técnico do Cruzeiro, Vanderlei Luxemburgo, foi condenado a cinco anos e três meses de prisão, em regime semi-aberto, pela juíza da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Valéria Caldi Magalhães, por omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. O treinador foi considerado culpado pela sonegação de impostos referentes aos anos de 1994, 1995 e 1998, o que ainda lhe rendeu uma multa de R$ 479.142,00. - O único motivo para o crime foi a ganância, na medida em que o réu já ostentava no período narrado na denúncia muito boa situação financeira e profissional - registra um trecho da sentença proferida pela juíza na quinta-feira. Na ocasião das denúncias, em agosto de 2000, Luxemburgo havia atingido o auge da carreira de treinador, por já estar no comando da seleção brasileira. De acordo com a juíza, Luxemburgo utilizou-se de "meio fraudulento para encobrir a omissão de rendimentos e a real situação patrimonial". Valéria frisou que o técnico do Cruzeiro não se conteve somente em omitir, mas também usou uma terceira pessoa como "verdadeira testa-de-ferro" para comprar e revender vários bens móveis e imóveis. A "testa-de-ferro" citada pela juíza é a estudante de Direito Renata Carla Moura Alves, autora das denúncias na imprensa contra Luxemburgo. Por quatro anos, Renata afirmou ter trabalhado como secretária do treinador, ao mesmo tempo em que ambos sustentavam um romance. Ao saber pela Agência Estado da condenação de Luxemburgo, Renata não escondeu a emoção e se sentiu recompensada por todas as "humilhações" que passou, após as denúncias. A estudante de Direito não poupou de críticas o ex-técnico da seleção, a quem chamou "desgraçado". - Não acredito que ele foi condenado! Estou feliz porque o Brasil e o mundo vão ver que eu não menti. Isso é o reconhecimento de que o Vanderlei me usou. Ele não falava que era inocente e que era o tal? Agora, foi feita a Justiça. - desabafou Renata. Após as denúncias, Renata lembrou ter passado a receber ameaças de morte e a viver em um verdadeiro "inferno", acuada por Luxemburgo. Nesta sexta-feira, ela está trabalhando em um escritório de advocacia, no centro do Rio, e voltou para a universidade, após uma aventura frustrada na política, ano passado concorreu ao cargo de deputada estadual pelo PSDB no Rio, mas obteve apenas cerca de 400 votos. Já o advogado de Luxemburgo, Michel Assef, não gostou da sentença aplicada, considerando-a "exarcebada". Avisou que vai recorrer em todas as instâncias possíveis, inclusive levando o caso até Brasília para o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas, o primeiro passo será recorrer ao Tirbunal Regional Federal. O técnico somente irá para a cadeia após o esgotamento de todos os recursos, mas a juíza determinou que a pena não poderá ser convertida em prestação de serviços ou o réu ser beneficiado com a "sursis". O processo contra Luxemburgo foi instaurado no início de setembro de 2000, após denúncia feita pela procuradora do Ministério Público Federal Lilian Guilhon Dore. A estimativa era a de que o treinador teria provocado um rombo de R$ 1.385.030,83 nos cofres da Receita Federal, referente aos exercícios fiscais de 1993 a 1997. Concentrado com o Cruzeiro para a partida deste sábado contra o Figueirense, pelo Campeonato Brasileiro, Luxemburgo, não quis comentar a sua condenação. Limitou-se a dizer que o seu advogado será o seu porta-voz sobre o caso.

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