O Uzbequistão disse que tomará providências para que diplomatas estrangeiros visitem Andizhan, local de uma rebelião em que centenas de pessoas foram mortas, afirmou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores britânico, Jack Straw.
Segundo ele, há graves preocupações após notícias de que soldados abriram fogo contra pessoas na cidade localizada no leste do país, majoritariamente muçulmano.
Straw, que pediu que monitores internacionais e jornalistas tenham acesso a Andizhan, disse que o chanceler uzbeque informou o embaixador britânico que estaria preparado para organizar uma visita à cidade nesta terça-feira.
Andizhan foi palco de uma rebelião na sexta-feira, iniciada pelo julgamento de 23 empresários muçulmanos. O presidente Islam Karimov culpou extremistas islâmicos pela situação.
Ativistas de direitos humanos disseram que até 500 pessoas podem ter morrido na revolta, o capítulo mais sangrento da história pós-soviética do país.
Repórteres trabalhando para organizações estrangeiras, incluindo um correspondente da Reuters, deixaram a cidade no sábado, depois de serviços de segurança terem detido eles e alertado de que corriam perigo.
O Uzbequistão, que faz fronteira com o Afeganistão, é um aliado próximo dos EUA em sua guerra ao terrorismo, mas tem sido criticado por grupos de direitos humanos pela detenção de muçulmanos dissidentes e pelo uso de tortura.