Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Unicef diz que Brasil tem 130 mil órfãos da aids

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Segunda, 08 de Março de 2004 às 19:08, por: CdB

Estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indica a existência de cerca de 130 mil órfãos por aids no Brasil. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, em Aracaju (SE), pela pesquisadora Solange Dourado, que falará sobre o assunto no terceiro dia do XL Congresso de Medicina Tropical. O evento prossegue até o dia 11 de março no Teatro Tobias Barreto e no Centro de Convenções. Através da mesa-redonda "Aids e suas Universalidades", serão discutidos outros aspectos da doença nas Artes Plásticas, em relação à Violência Sexual e, com o médico sergipano Almir Santana, Campanhas de Prevenção.

Solange trabalha em uma ONG voltada aos órfãos infectados pelo HIV no Amazonas há quatro anos. Ela lembrou que mulheres soropositivas podem ter filhos, com chances mínimas de contaminação, embora seja preocupante a falta de cuidados nesse tipo de maternidade. "Existe um risco que gira em torno de 25% de o bebê de mãe HIV positiva nascer infectado. No entanto, com o uso de certas drogas, em especial o AZT, durante a gestação, parto e após o nascimento, esse risco é reduzido para menos de 2%", explica. A pesquisadora ressalta que o elevado número de crianças infectadas, já com sintomas da aids, está relacionado à falta de precaução.

A maioria dos órfãos que tiveram os pais vitimados pela aids encontra-se nas regiões Sudeste e Sul, onde é maior incidência da doença no Brasil. O Ministério da Saúde oferece a elas e aos adultos, assistência médica especializada e tratamento com antiretrovirais. Também existem diversas instituições destinadas a ajudá-las. "A política de combate à aids desenvolvida no Brasil é uma das melhores do mundo. Na verdade, a questão da disseminação requer uma mudança de comportamento individual e isso nem sempre é fácil de se conseguir", afirma Dourado, ressaltando que ainda há muito para ser melhorado em termos de educação e orientação.

A pesquisadora Solange Dourado informa ainda que, em relação ao tratamento da Aids, as novidades são o desenvolvimento de várias pesquisas e o teste de drogas para tornarem os "coquetéis" mais eficientes. "A terapia continua sendo de tentar conter o vírus no organismo, evitando ao máximo que ele cause danos ao portador", explica, acrescentando que é possível levar uma vida de boa qualidade com um bom acompanhamento. "Outros fatores também são importantes para o sucesso do tratamento, como uma boa alimentação", concluiu.

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