Os vulcões sempre assombraram a humanidade, porém agora os cientistas estão estudando algo muito mais assustador, os supervulcões, mil vezes maior e mais destrutivo. E, antes de ser um evento do passado, é um acontecimento comum, responsável por alterações no clima e extinções em massa.
Os vulcões formam-se pelo acúmulo de magma (rocha derretida) que irrompe para a superfície. A força do fenômeno dá a forma cônica. Há mais de mil vulcões em atividade no mundo e cerca de cinqüenta entram em erupção todo ano
Já nos supervulcões, o magma não chega a superfície, fica acumulado em uma câmara magmática acumulando sua carga mortal por milhares de anos até explodir. O último supervulcão a explodir foi o Toba, na Sumatra, 74.000 anos atrás. O efeito no planeta foi devastador. Não se conhecia nenhum.
Porém algo foi descoberto, em 1965, no Parque de Yellowstone (o do Zé Colméia), o pesquisador Robert Christiansen observou no parque cinza compactada. Acreditava que o parque era um supervulcão, porém o pesquisador não o encontrou.
A NASA estava testando um novo tipo de câmara e escolheram o parque. O pesquisador teve acesso às imagens e descobriu algo fascinante, o supervulcão era imenso, quase do tamanho do parque, medindo 70 Km x 30 Km.
O pesquisador descobriu que o supervulcão de Yellowstone teve três erupções (três camadas de cinzas), a primeira ocorreu há cerca de dois milhões de anos, a segunda, há um milhão e duzentos mil anos e a mais recente há apenas 600 mil anos. Os pesquisadores estabeleceram um ciclo de 600 mil anos. Ficaram aterrorizados com a possibilidade iminente de uma explosão, se o vulcão estivesse ativo. Porém não havia atividades sísmicas, o vulcão parecia extinto. Parecia!
Em 1976, o pesquisador Robert Smith estava estudando o Parque de Yellowstone quando testemunhou que as águas do lago estavam inundando as árvores do lado sul. Solicitou uma medição e comparou com a que foi feita em 1923. Descobriram que o centro do parque havia se elevado 70 cm. O vulcão estava vivo! E o centro do parque continua a subir 2,5 cm por ano.
Um grande temor os levou a espalhar 22 sismógrafos pelo parque. Esses aparelhos registram os tremores de terra. Como os tremores movem-se mais lentos no magma, a análise dos dados revelou o tamanho da câmara magmática, media 70 km de extensão por 30 km de largura e 10 km de altura e estava localizado há apenas 8 km da superfície. Uma enorme bomba, preste a explodir a qualquer momento.
Mário Eugênio Saturno é Tecnologista Sênior da Divisão de Sistemas Espaciais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Professor do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva (www.fafica.br) e congregado mariano. (Email: saturno@dea.inpe.br)