Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Ucrânia prepara segundo turno das eleições presidenciais

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Sábado, 25 de Dezembro de 2004 às 10:38, por: CdB

A Ucrânia vive neste sábado um dia de reflexão, tendo em vista a repetição do segundo turno das eleições presidenciais, marcada para amanhã.

Cerca de 37,5 milhões de eleitores terão que escolher neste domingo entre Viktor Yushchenko, o líder da chamada "revolução laranja", a resistência civil à fraude eleitoral, e seu adversário governista, o primeiro-ministro pró-russo Viktor Yanukovich.

Depois de um mês de protestos contra a fraude de 21 de novembro, ninguém no país e fora dele questiona a vitória do líder da oposição liberal, favorito nas pesquisas e conhecido por sua vocação europeísta.

Até o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que apoiou Yanukovich claramente e o parabenizou duas vezes pela vitória que a Suprema Corte depois lhe tirou ao invalidar as eleições, reconheceu nos últimos dias o inevitável triunfo de Yushchenko nas urnas.

- Conhecemos a sociologia. - disse o chefe do Kremlin há dois dias sobre o esperado resultado eleitoral.

- Quando Yushchenko for primeiro-ministro, trabalharemos com ele sem problemas. A Rússia reconhecerá o presidente que o povo da Ucrânia eleger.

As últimas pesquisas de opinião davam ao líder opositor uma vantagem de pelo menos dez pontos percentuais sobre o candidato governista. Já a equipe de Yushchenko acha que ele ganhará com uma vantagem superior a 16 pontos percentuais.

Segundo o Instituto de Estudos Sociais, Yushchenko e Yanukovich receberão 49,4% e 39% dos votos, respectivamente. Já a sondagem do Centro Sociológico Razumkov dá 53% das intenções de voto ao líder opositor e 42%, ao primeiro-ministro.

Yushchenko chega às urnas como o líder de um amplo movimento popular em defesa da democracia. Já seu oponente aparece duplamente "queimado" por sua derrota no primeiro turno de 31 de outubro e pelo fracasso da "fraude" que deveria lhe assegurar a vitória em 21 de novembro.

Ontem, Yanukovich admitiu implicitamente sua derrota ao prometer que continuará na política após as eleições.

Por sua vez, Yushchenko descartou um acordo referente às regiões do leste de país que apóiam o primeiro-ministro com seu rival e seu padrinho político, o presidente em fim de mandato Leonid Kuchma, embora tenha prometido negociar com todas as forças políticas a formação de um governo representativo e profissional.

Kuchma encerrou a campanha com uma mensagem televisiva na qual pedia aos cidadãos que não se deixassem influenciar pela crise pós-eleitoral e que fossem às urnas para escolher o próximo chefe de Estado.

O presidente acrescentou que estas eleições são "só um episódio, embora muito importante, no processo de mudança da estrutura do poder", em referência à reforma política que ele conseguiu impor aos adversários e ao Parlamento nas consultas para o alcance de uma para a crise política pós-eleitoral.

Em uma pequena mas inútil vitória de Yanukovich, o Tribunal Constitucional da Ucrânia anulou as restrições ao votos em domicílio.

Estas restrições foram impostas num primeiro momento porque o voto em domicílio foi um grande instrumento de fraude nas últimas eleições. No entanto, o tribunal decidiu que toda pessoa incapacitada poderá pedir até às 24.00 horas de hoje que lhe tragam uma urna até em casa.

Ao mesmo tempo, esta sentença, ao ser ditada na véspera das eleições, priva Yanukovich de toda base legal para impugnar os resultados uma vez realizada a votação, intenção que o chefe do governo tinha mencionado anteriormente.

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