Trump pressionou Pequim a fazer mais para conter as ambições nucleares norte-coreanas e disse que o comércio bilateral tem sido injusto com os EUA
Por Redação, com Reuters - de Pequim:
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou suas reuniões em Pequim sobre o comércio e a Coreia do Norte por vê-las como “muito produtivas”, encerrando uma visita que a mídia chinesa afirmou ter criado um “novo roteiro” para o relacionamento bilateral, apesar de a Casa Branca parecer prestes a endurecer sua postura com a China.
Trump pressionou Pequim a fazer mais para conter as ambições nucleares norte-coreanas; e disse que o comércio bilateral tem sido injusto com os EUA. Mas também louvou a promessa do líder chinês, Xi Jinping; de que a China será mais aberta a empresas estrangeiras.
Horas depois de Trump deixar a capital chinesa nesta sexta-feira; a China disse que anulará os limites; para a propriedade estrangeira de bancos locais e de empresas de administração de bens; além de afrouxar as restrições à posse de ações de firmas de bens financeiros e seguradoras; medidas esperadas há tempos por companhias financeiras estrangeiras.
A China é cada vez mais pressionada por governos e lobbies empresariais ocidentais para retirar barreiras a investimentos e outras regras; que dificultam a operação de empresas do exterior no país; além do roubo de propriedade intelectual.
EUA
Os Estados Unidos vêm evitando endurecer na arena comercial porque precisa da cooperação chinesa com a Coreia do Norte. Mas Xi, ao menos em público, não foi além de reiterar a determinação de sua nação para realizar conversas sobre uma desnuclearização.
Trump e Xi, que se chamam de amigos, também acompanharam a assinatura de cerca de US$ 250 bilhões em acordos comerciais; uma conquista que membros da comunidade empresarial dos EUA e outros dizem inibir a abordagem dos impedimentos estruturais que os deixam em desvantagem diante de seus rivais chineses.
China
A China pode estar equivocada ao pensar que fez o suficiente para tratar das preocupações norte-americanas; e Trump pode encontrar pessoas decepcionadas em casa por não ter feito mais progresso em itens como acesso ao mercado e a questão norte-coreana, disse Paul Haenle, diretor do Centro Carnegie–Tsinghua de Política Global em Pequim.
– Minha preocupação é que podemos ver uma guinada rumo a uma postura muito mais dura do governo dos EUA. Isso será uma grande surpresa para a China e o presidente Xi; especialmente dado que Xi provavelmente sente que fez muito por Trump nesta visita.
Pouco antes de deixar Pequim para ir à cúpula da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec, na sigla em inglês) no Vietnã; Trump reiterou em um tuíte que não culpa a China pelo déficit comercial dos EUA.