Tripulantes russos presos no fundo do mar têm ar para 48 horas

O batiscafo (pequeno submarino) AS-28 da Marinha da Rússia com sete tripulantes a bordo, preso, desde de quinta-feira, a 190 metros de profundidade nas águas do Pacífico, tem reservas de ar e energia elétrica para 48 horas, afirmou, nesta sexta-feira, o almirante Víctor Dmitriev, comandante-em-chefe da Frota russa do Pacífico.

- O As-28 prendeu em algumas redes de pescadores - disse Dmitriev em declarações à ao explicar as causas pelas quais o batiscafo não saiu quinta-feira a superfície após uma imersão de rotina na baía Beriozovaya, ao sul da cidade Petro-Pavlovsk Kamchatka, no extremo leste do país.

O almirante revelou que os submarinistas têm reservas de energia elétrica e de ar para 48 horas.

- Esse é o tempo que temos para superar esta situação de emergência - especificou.

Acrescentou que o comando da Frota "tomou a decisão de pedir ajuda aos colegas japoneses" para resgatar os tripulantes, solicitação que foi amparada favoravelmente.

- O único problema é que o barco de resgate (japonês) pode chegar à região onde está o batiscafo russo somente no sábado - disse o almirante.

Na zona do naufrágio estão nove navios da Marinha russa que arrastam cabos para tentar enganchar o batiscafo e subi-lo para a superfície, explicou Dmitriev, que não excluiu a possibilidade de utilizar outro submersível do mesmo tipo no resgate.

Os tripulantes do submersível carecem de comunicação por rádio mas com ajuda de outros meios informaram que se encontram bem, segundo um porta-voz da Marinha.

A bordo do As-28 a temperatura é de apenas 5 graus centígrados, mas os tripulantes estão com trajes térmicos.

A Marinha tem quatro batiscafos como o As-28, de 13 metros de comprimento e 5,7 metros de altura, projetados para resgatar tripulações dos submarinos de guerra.

Esse tipo de batiscafo foi utilizado sem êxito nos trabalhos de resgate do submarino nuclear "Kursk", que afundou em 12 agosto de 2000 no mar de Barents, naufrágio no qual seus 118 tripulantes morreram.